segunda-feira, 25 de maio de 2015

PRIMÍCIA É SINÔNIMO DE HONRA!



SEMENTE DE BÊNÇÃOS

“Honra ao Senhor com os teus bens e com as primícias de toda a tua renda; e se encherão fartamente os teus celeiros, e transbordarão de vinho os teus lagares”. - Provérbios 3:9,10 

            Ao mencionar a necessidade de dar honra ao Senhor em nossas finanças, a Palavra do Senhor fala sobre nossos bens e também sobre as primícias de nossa renda. Não se trata apenas de honrá-lo com nossos bens e nem tampouco de honrá-lo com a nossa renda, mas com as PRIMÍCIAS da renda. A definição que o Dicionário Aurélio dá acerca de primícias é: “Primeiros frutos; primeiras produções; primeiros efeitos; primeiros lucros; primeiros sentimentos; primeiros gozos; começos, prelúdios”. A definição bíblica não é diferente. Por trás de toda uma doutrina fundamentada em ensinos explícitos e figuras implícitas, as Escrituras nos mostram a importância que Deus dá ao ato de entregar-lhe as primícias, ou os primeiros frutos, a primeira parte de algo.




Perceba que a primícia é a primeira parte das coisa com as quais o Senhor tem nos abençoado. Sendo assim dentre muitas das dádivas que recebemos não temos primiciado a Deus com relação ao NOSSO TEMPO; deveriamos oferecer uma primícia diária do nosso tempo em forma de oração e consagração oa Senhor.
Deus não instituiu as ofertas porque precise delas, mas para provar nosso coração numa das áreas onde demonstramos grande apego. Com a lei das primícias não é diferente. Deus não precisa dos primeiros frutos, nós é que precisamos d´Ele em primeiro lugar em nossas vidas, e este é um excelente exercício para manter nosso coração consciente disto. Lemos em Números 13:13 que se o primogênito (considerado primeiro fruto do ventre) da jumenta não fosse resgatado, seu pescoço deveria ser quebrado. A importância na Lei das Primícias não estava no que seria feito com elas, mas no princípio de não fosse utilizada em benefício próprio.  
Na verdade, a entrega das primícias é uma semente para entrar nas bênçãos de Deus. O Senhor fez uma promessa a Abraão e sua descendência. Mas, como Paulo escreveu aos romanos, a forma de santificar o resto de alguma coisa, é santificando ao Senhor as primícias daquilo. Portanto, Deus, que se move por seus princípios, pediu a Abraão as primícias de sua descendência: Isaque. E depois, passa a defender toda a descendência de Abraão como se todos fossem aquele primogênito entregue. Veja a mensagem que Deus deu para Moisés entregar ao Faraó egípcio:

“Dirás a Faraó: Assim diz o Senhor: Israel é meu filho, meu primogênito. Digo-te, pois: deixa ir meu filho, para que me sirva; mas, se recusares deixá-lo ir, eis que eu matarei teu filho, teu primogênito”. - Êxodo 4:22, 23

Deus mandou dizer que Israel era seu primogênito (fruto da consagração das primícias de Abraão), e que se Faraó não o libertasse, então os primogênitos do Egito é que sofreriam. E foi o que aconteceu. Mas num registro posterior, no livro de Salmos, observe como é descrito o juízo divino sobre os primogênitos egípcios:
“Feriu todos os primogênitos no Egito, as primícias da virilidade nas tendas de Cam”. - Salmos 78:51
“Também feriu de morte a todos os primogênitos da sua terra, as primícias do seu vigor”. - Salmos 105:36
Em ambos os casos eles são chamados de as primícias dos egípcios. Isto faz com que entendamos aquela mensagem de Moisés a Faraó mais ou menos assim: “Assim diz o Senhor: Israel é o meu primogênito, as primícias consagradas de meu servo Abraão. Deixa ele livre para que me sirva, senão eu julgarei os seus primogênitos, primícias de sua força”. A questão das primícias sempre traz conseqüências espirituais. Honrar ao Senhor com a entrega delas traz bênçãos, mas brincar com Deus no tocante a isto gera juízo!

CONSEQUÊNCIAS ESPIRITUAIS DIANTE DA QUEBRA DESTE PRINCÍPIO

            Os israelitas estavam proibidos de apropriar-se de qualquer coisa em Jericó. Os tesouros deveriam ir para o templo e as demais coisas (chamadas de coisas condenadas) deveriam ser destruídas. A Concordância de Strong aponta que palavra hebraica aqui traduzida como condenada é “cherem”, que significa: “uma coisa devotada, uma coisa dedicada, proibição, devoção, que foi completamente destruído ou designado para destruição total”. E tem como raiz a palavra hebraica “charam”, que por sua vez quer dizer: “consagrar, devotar, dedicar para destruição”. Traduções bíblicas como a versão Corrigida de Almeida traduzem esta palavra como “anátema” passando uma idéia de que a razão pela qual não se poderia tocar naqueles bens de Jericó eram por ser malditos. Mas a definição bíblica era de algo consagrado para a destruição. Poderia trazer maldição pela quebra de um princípio, mas não eram coisas malditas em si mesmas. Assim como o primogênito da jumenta que não podia ser sacrificado e tinha que ser resgatado ou desnucado, assim também Deus especificou o que queria que fosse dedicado a Ele e o que fosse destruído. O importante não era achar um uso para aquelas coisas, e sim não tocar nas primícias do Senhor. E o exército de Israel obedeceu à ordem que lhes fora dada:

            “Porém a cidade e tudo quanto havia nela, queimaram-no; tão-somente a prata, o ouro e os utensílios de bronze e de ferro deram para o tesouro da Casa do Senhor”. - Josué 6:24
Mas um soldado chamado Acã desobedeceu à ordem divina:
"Prevaricaram os filhos de Israel nas coisas condenadas; porque Acã, filho de Carmi, filho de Zabdi, filho de Zera, da tribo de Judá, tomou das coisas condenadas. A ira do Senhor se acendeu contra os filhos de Israel". - Josué 7:1

A conseqüência de se quebrar este princípio, foi que a bênção para as demais conquistas foi retirada de sobre Israel. Eles foram derrotados na próxima batalha que exigia muito pouco deles, pois a Lei das Primícias não foi obedecida. Quando se santifica ao Senhor as primícias de algo, santifica-se também o restante. Quando se rouba a Deus nos primeiros frutos, perde-se a sua bênção no restante. Este princípio funciona em todas as áreas. Ao separarmos um tempo pela manhã para buscarmos a Deus, e oferecermos em nosso devocional as primícias do dia, estamos santificando o restante dele ao Senhor. Quando separamos o dízimo, e aplicamos a Lei das Primícias dando a Deus a PRIMEIRA décima parte da renda, estamos santificando as outras nove partes restantes que ficam em nosso poder.

            Alguns pregadores fazem diferença entre as primícias e o dízimo; ensinam o cristão a doar o equivalente ao ganho de seu primeiro dia de trabalho (além do dízimo). Outros ensinam a prática das primícias na entrega do dízimo. A idéia das primícias não se prende tanto ao fato de se é o ganho do primeiro dia ou o primeiro décimo da renda. O importante é dar primeiro a parte de Deus antes de gastarmos com as outras coisas.
Acredito que o dízimo deve ser nosso item número um no plano de contas do orçamento. Além de ser dado primeiro, deve refletir o fato de que Deus vem em primeiro. Quando honramos ao Senhor com as primícias de nossa renda, Ele também nos honra em nossas finanças. Por outro lado, quando pensamos somente em nós mesmos, e não nos preocupamos com as coisas do Senhor, ferimos sua primazia e perdemos suas bênçãos. É o que ocorreu nos dias de Ageu, quando ele profetizou que o povo só se preocupava com suas casas enquanto a Casa do Senhor estava em ruínas. E justamente por colocarem-se a si mesmos em primeiro lugar e deixar Deus por último (ou de fora) é que perderam as bênçãos divinas.

Autor: Prof. Robison Castro (Diácono da IEDAM, Área 71, Cong. 16)  professorkamelo@gmail.com




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