terça-feira, 31 de maio de 2016

JOVENS HONRADOS NA PRESENÇA DE DEUS


 A Educação de Daniel
Daniel, assim como toda criança judaica, teve como referencial teórico educacional o Livro da Lei (Dt 6.1-9). As realizações, os mandamentos e as promessas de Deus para o seu povo foram por ele conhecidas e apropriadas. Sua base educacional foi a família. Não havia escolas judaicas formais no tempo de Daniel. A educação se voltava para os aspectos práticos da vida, levando em consideração a moral, a vida espiritual, a cultura e outros aspectos sociais.
Nestes termos, a condição econômica/social da criança pouco importava. Nobre ou não, todos deveriam ser educados por seus pais com o mesmo amor, observando-se os mesmos princípios e fundamentos.
Como estamos cuidando da educação de nossos filhos? Como pais ou responsáveis, estamos fazendo a nossa parte, promovendo sólidos fundamentos morais e espirituais em nossos lares a partir do culto doméstico, da leitura e do estudo da Palavra, ou como muitos, já terceirizamos para a escola e para a igreja estas responsabilidades?


As Convicções de Daniel
Acredito que Daniel não apenas aprendeu com o que ouviu de seus pais, mas, acima de tudo, pelo exemplo dos mesmos. Onde não existe o exemplo as palavras perdem a força. Algumas questões precisam ser consideradas, e se encontram nas entrelinhas da narrativa histórica.
Imagine um jovem crente em plena adolescência, que aprendeu que o seu Deus era o criador e sustentador de todas as coisas, e que elegeu soberanamente sua nação como propriedade peculiar, vendo o templo de adoração a este Deus sendo destruído, a cidade devastada, e as propriedades de sua família confiscadas. Uma verdadeira tragédia e calamidade que podem abalar as estruturas de qualquer indivíduo, removendo-o em pouco tempo de sua fé para um estado de revolta e incredulidade.
Mas isso não aconteceu com Daniel. As calamidades não se tornaram maior do que as suas convicções. Daniel não conhecia apenas parte da Lei do Senhor, dos Escritos e dos Profetas, ele sabia que a mesma Escritura que prometia bençãos para a nação por sua obediência, alertava para as maldições face a desobediência e rebeldia do povo (Dt 28; 2 Cr 7.11-22; Jr 25.1-14). Conhecia também as promessas de restauração, quando arrependido este povo se voltasse para o Senhor (Jr 29.10-14; Dn 9.1-3); Dessa forma, submeteu-se a vontade de Deus sem reclamar, sem maldizer, sem blasfemar.
Daniel foi levado prisioneiro para Babilônia deixando para trás a sua terra, mas levando adiante a sua fé em Deus. As lembranças dos tristes acontecimentos não lhe ofuscaram a visão de uma gloriosa restauração.
A Juventude de Daniel: Tempo de Consolidar as Convicções
O Livro de Daniel, em seus primeiros capítulos, registra os desafios na vida de um jovem distante de sua terra, num ambiente hostil, permissivo e violento, em situações concretas de riscos e enfrentamentos.

A Faculdade Babilônica
Em Dn 1.3-6, lemos:
“Disse o rei a Aspenaz, chefe dos seus eunucos, que trouxesse alguns dos filhos de Israel, tanto da linhagem real como dos nobres, jovens sem nenhum defeito, de boa aparência, instruídos em toda a sabedoria, doutos em ciência, versados no conhecimento e que fossem competentes para assistirem no palácio do rei e lhes ensinasse a cultura e a língua dos caldeus. Determinou-lhes o rei a ração diária, das finas iguarias da mesa real e do vinho que ele bebia, e que assim fossem mantidos por três anos, ao cabo dos quais assistiriam diante do rei. Entre eles, se achavam, dos filhos de Judá, Daniel, Hananias, Misael e Azarias.”
Com o propósito de buscar assistentes para as diversas atividades em seu palácio, o rei promoveu um rígido processo seletivo, onde juntamente com outros jovens, Daniel foi escolhido. Estou pesquisando e buscando informações sobre a formação “em ciência”, e sobre os “conhecimentos” em que Daniel era versado, visto que Israel, na época, não tinha tradição acadêmica. Como já mencionei na primeira parte deste artigo, a educação entre os judeus era ministrada para a vida prática. Não havia um conjunto de saberes científicos sistematizados, apropriados para a formação intelectual do jovem hebreu.
O fato é que um dos primeiros grandes desafios do jovem Daniel na Babilônia, foi participar de um curso onde o aprendizado da cultura e da língua dos caldeus faziam parte do currículo. Literatura, astrologia, astronomia, noções de magia e adivinhação, agricultura, arquitetura, leis, matemática e língua acádica, seriam algumas das disciplinas. Os estudos científicos mesclavam-se com magia e adivinhação.
O quadro é muito parecido com o que enfrenta os nosso jovens cristãos nas universidades e faculdades norteadas pelas idéias pós-modernas, onde nestes espaços a ciência e as experiências místicas se fundem, o espírito de “tolerância” e “pluralismo religioso” dá o tom, a vida moral é relativizada e onde a felicidade é confundida e reduzida ao mero prazer.
Percebo que o grande problema da atualidade é que muitos dos nossos jovens, diferentes de Daniel, não estão preparados para lidar com este ambiente hostil. A negligência com os estudos bíblicos informais e formais (cultos de doutrinas, escola dominical, seminários, conferências, congressos etc.) contribuem para isso. Mas a culpa não está apenas nos jovens. O descaso das famílias cristãs na formação moral e espiritual dos filhos, a falta de qualidade dos estudos bíblicos informais e formais, associado a dificuldade de uma leitura clara da realidade, da contextualização e aplicação dos princípios cristãos por parte da liderança, acaba agravando o quadro. O envolvimento cada vez maior dos pais e dos pastores com as coisas da igreja, em detrimento das pessoas, deixam os jovens expostos aos ataques, e o pior, sem terem em quem buscar ajuda e orientação.
O texto de Dn 1.8 nos diz que “Resolveu Daniel, firmemente, não contaminar-se com as finas iguarias do rei, nem com o vinho que ele bebia; então, pediu ao chefe dos eunucos que lhe permitisse não contaminar-se”. Isto é muito bonito de ser lido e pregado, mas, esta firme decisão de Daniel não é fruto do acaso. Há uma história, há investimentos eternos, há experiências envolvidas que pesam e consolidam as convicções do jovem Daniel.
A Prosperidade do Jovem Daniel


A prosperidade de Daniel, resultado de sua aplicação aos estudos e da benção de Deus sobre a sua vida (Dn 1.9, 17-21), não mudou o seu caráter. Há ainda muitos jovens que querem a benção de Deus, a prosperidade nos estudos e nas realizações, mas não querem se aplicar, não investem em sua formação e carreira. Apesar das dificuldades que ainda vivenciou (Dn 2.1-13), Daniel via em cada situação a oportunidade de glorificar ao seu Deus, o que naturalmente fazia com que continuasse crescendo e prosperando em terras estranhas (Dn 2.46-48), além de ser canal de benção para o crescimento e a prosperidade de seus amigos que também encontravam-se devidamente qualificados para os cargos e funções que ocupariam (Dn 2.49). Atualmente existem milhares de vagas de emprego, que não são preenchidas por falta de mão de obra qualificada.
Muitos jovens se esquecem de Deus quando alcançam o “sucesso” acadêmico e profissional. Cuidado! Não se embriague, não se entorpeça, não se iluda com as ofertas, com os prazeres e com o sistema babilônico moderno. Continue temente a Deus. Consagre e mantenha dedicado a Ele todo o teu ser, todo o teu saber, todo o teu fazer.


A Maturidade e a Velhice de Daniel: Tempo de Vigiar e de Continuar Crescendo
Na vida moral e espiritual não basta começar bem, é preciso terminar bem. Na medida em que o tempo passava, o agora maduro e velho Daniel, crescia em intimidade e experiências com Deus. Muitos, a partir dos 40 anos, e proporcionalmente no avançar destes anos, dão uma certa “acomodada” e descuidam um pouco da moralidade e da espiritualidade. Muitos homens e mulheres de Deus, nesta fase da vida, caem e fracassam, causando grandes prejuízos para si mesmos e para o Reino de Deus.
O Desejo pelo Poder
Vários pesquisadores e escritores já afirmaram que nesta fase da vida surge uma certo desejo e busca desenfreada pelo “poder”. Não foi o caso do maduro Daniel, cujo poder foi uma consequência natural do patrimônio sapiencial, moral e espiritual que construiu ao longos dos anos, e acima de tudo, dentro da vontade de Deus (Dn 5.29; Dn 6.28).
Nesta fome e sede de poder, características nesta fase da vida, o patrimônio sapiencial, moral e espiritual desaba, na medida em que o indivíduo, a todo o custo, tenta usurpar cargos, conquistar espaços e dominar sobre pessoas, negociando a própria alma com Satanás, quebrando todos os princípios éticos e morais, e passando por cima de todos que atravessam o seu caminho.
O desejo de ir além das possibilidades, da legalidade e da legitimidade no exercício do poder, o orgulho e a arrogância, derrubou Lúcifer e continuará derrubando todos os que pensam e agem desta forma (Is 14.12-15; Ez 28.11-19).
Frutos, Visões e Sonhos Proféticos
Os capítulos 5 a 12, fazem parte de um período que se inicia em aproximadamente 538 a.C, ou seja, quando Daniel já beirava os 70 anos de idade. Nesta época, encontramos o velho Daniel em plena atividade, atuando e prosperando nos negócios do reino (Dn 5.29; 6.1-3, 28), e melhor, mantendo uma vida de regularidade nas orações (Dn 6.10) e na leitura das sagradas escrituras (Dn 9.1-3).
O resultado desta vida devocional exemplar, foi que as visões, as revelações e a unção profética lhe acompanharam até ao final de seus dias (Dn 5.18-28; Dn 7.1ss; 8.1ss; 9.20ss; 10.1ss; 12.13).

Se cumpre em Daniel o que diz a Bíblia:
“O justo florescerá como a palmeira, crescerá como o cedro no Líbano. Plantados na Casa do SENHOR, florescerão nos átrios do nosso Deus. Na velhice darão ainda frutos, serão cheios de seiva e de verdor, para anunciar que o SENHOR é reto. Ele é a minha rocha, e nele não há injustiça.” (Sl 92.12-15)
Que possamos assim como Daniel, manter o padrão, o equilíbrio o crescimento em todo o tempo e em todas as áreas de nossas vidas, para o louvor e a glória do nome do Senhor!

terça-feira, 24 de maio de 2016

A Festa dos Tabernáculos (Sucôt ou Cabanas)


Dentre as três grandes festas comandadas por Deus, a Festa dos Tabernáculos é a de  maior significado profético para nós cristãos. É comemorado no décimo-quinto dia do mês de Tishri, duas semanas após Rosh Hashanah e, usualmente, cai final de Setembro ou princípio de Outubro.

1 – SIGNIFICADO HISTÓRICO
“Disse mais o Senhor a Moisés: Fala aos filhos de Israel, dizendo: Aos quinze dias deste mês sétimo será a Festa dos Tabernáculos ao Senhor, por sete dias. Ao primeiro dia haverá santa convocação: nenhuma obra servil fareis. Sete dias oferecereis oferta queimada ao Senhor; no dia oitavo tereis santa convocação, e oferecereis ofertas queimadas ao Senhor; é reunião solene, nenhuma obra servil fareis.
São esta as festas fixas do Senhor, que proclamareis para santas convocações, para oferecer ao Senhor oferta queimadaholocausto e oferta de manjares, sacrifícios e libações, cada qual em seu dia próprio; além dos sábados do Senhor, e das vossas dádivas, e de todos os vossos votos, e de todas as vossas ofertas voluntárias que dareis ao Senhor.
Porém aos quinze dias do mês sétimo, quando tiverdes recolhido os produtos da terra, celebrareis a festa do Senhor por sete dias; ao primeiro dia, e também ao oitavo, haverá descanso solene. No primeiro dia tomareis para vós outros fruto de árvores formosas, ramos de palmeira, ramos de árvores frondosas, e salgueiros de ribeiras; e, por sete dias, vos alegrareis perante o Senhor, vosso Deus. Celebrareis esta como festa ao Senhor por sete dias cada ano; é estatuto perpétuo pelas vossas gerações; no mês sétimo a celebrareis. Sete dias habitareis em tendas de ramos; todos os naturais em Israel habitarão em tendas; para que saibam que eu fiz habitar os filhos de Israel em tendas, quando os tirei da terra do Egito: Eu sou o Senhor vosso Deus”.                                (Levítico 23.33-43).
A festa dos Tabernáculos ou Festa da Colheita era originalmente uma festa agrícola, assim como a Páscoa e Pentecoste. Apesar disso Deus lhe atribui um significado histórico: a lembrança da peregrinação pelo deserto e o sustento pelo Senhor. A fragilidade das tendas que o povo construía era uma lembrança da fragilidade do povo quando peregrinava os 40 anos no deserto a caminho da Terra Prometida.
A palavra “tabernáculo” origina-se da palavra latina “tabernaculum” que significa “uma cabana, um abrigo temporário”. No original hebraico a palavra equivalente é Sucá, cujo plural é Sucot.
A Festa dos Tabernáculos durava uma semana e durante este período habitavam em tendas construídas com ramos.


É um tempo de regozijo e ação de graça.
Posteriormente, na história judaica, a Páscoa, Pentecoste e a Festa dos Tabernáculos são chamadas no calendário judaico de Festas de Peregrinos, porque nestas três festas era exigido que todo homem judeu fizesse uma peregrinação até o Templo de Jerusalém. Nestas ocasiões o povo trazia os primeiros frutos da colheita da estação ao Templo, onde uma parte era apresentada como oferta a Deus e o restante usado pelas famílias dos sacerdotes. Somente após essa obrigação ser cumprida era permitido usar a colheita da estação como alimento.
A ordenança de Deus para que o povo habitasse em tendas traz conotações de caráter moral, social, histórico e espiritual. Os rabinos falam da sucá como um símbolo de proteção divina. Em momentos de aflição pedimos ao Todo-Poderoso que nos “abrigue em sua tenda” (Salmo 27.5). A sucá é um chamado contra a vaidade e um apelo à humanidade. Mesmo o mais poderoso dos homens deve viver durante sete dias numa habitação primitiva e modesta, conscientizando-se da impermanência das posses materiais. Mais ainda, deve compartilhar essa moradia com todos os desprivilegiados a seu redor: “seus servos, o estrangeiro, o órfão e a viúva que estiverem dentro dos seus portões”. (Deuteronômio 16.14).
Por ser pequena, sem compartimentos a sucá obriga seus moradores a se aproximarem, física e afetivamente, e talvez os inspire a se manterem mais unidos nos outros dias do ano.
De acordo com a Lei, a cobertura da sucá deve ser feita de tal forma que através dela se possam ver as estrelas. Resulta um teto pelo qual se infiltram a chuva e o vento, mas pelo qual também penetra a luz do sol. A sucá é o modelo de um verdadeiro lar: sem uma estrutura sofisticada, sem decoração luxuoso, mas cheia de calor, tradição e santidade. Um lar deve ter espiritualidade, deve ter uma vista para o céu.
A sucá é um abrigo temporário, improvisado, construído às pressas. E, no entanto, ela é um símbolo de permanência e continuidade. É tão frágil, tão precária, tão instável e, no entanto, sobreviveu a tantos impérios, tantas revoluções porque na verdade seu sustento é divino. É somente o Senhor quem nos pode sustentar!
A sucá é uma construção rústica cuja cobertura é feita de produtos da terra – fácil de se obter. Inclui ramos, arbustos, palha e mesmo ripas de madeira. Frutas, vegetais e outros alimentos não são usados.
O povo judeu tomou as palavras de Deus em Levítico 23 “habitareis” em seu sentindo literal. Eles interpretaram a palavra “habitar” como significando que se devia comer e dormir na sucá, e não apenas construí-la. Nenhuma bênção é recitada quando se constroi a sucá, pois a ordem fundamental é “habitar” na sucá e não meramente construí-la. Uma bênção é recitada imediatamente antes de comer e dormir na sucá.


O uso de quatro espécies de plantas é prescrito em Levítico 23.40: “…tomareis fruto de árvores formosas, ramos de palmeiras, ramos de árvores frondosas e salgueiros de ribeira…” A Bíblia não especifica com precisão quais as espécies de árvores e frutas devem ser usadas. As autoridades judaicas deduziram e a tradição consagrou que “a fruta de árvore formosa” significa a cidra (etrog); “ramos de palmeiras” seriam ramos da tamareira (lulav); “ramos de árvores frondosas” referindo-se ao mirto (hadassim); e “salgueiros de ribeira” ao familiar salgueiro (aravot). Essas quatro espécies formam o molho de sucot que seguramos e abençoamos em cada dia da semana durante a Festa dos Tabernáculos.
Diariamente, durante a semana de sucot (exceto no Shabat), pegamos na mão direita as três espécies de ramos, na mão esquerda a cidra, recitamos uma bênção, em seguida juntamos as mãos e agitamos o molho para todos os lados, para cima e para baixo – manifestando nossa alegria e indicando que a presença de Deus está em toda a parte.
A Festa dos Tabernáculos tinha dois aspectos distintos na época do Templo. Uma parte da festa era consagrada ao louvor e ações de graça. O toque das trombetas convocava o povo, que se postava nas ruas para assistir à marcha dos sacerdotes que iam ao tanque de Siloé, enchiam uma vasilha de prata de água e depois rumavam para o templo e a derramavam no altar. Era um cortejo glorioso de sacerdotes vestidos de branco, instrumentos musicais, corais. Os levitas se faziam acompanhar por músicos em instrumentos de corda, sopro e percussão durante a recitação dos Salmos 113 a 118 – (Hallei) especialmente as palavras messiânicas do Salmo 118, versos 25 e 26: “Ó Senhor, salva, Te pedimos! Ó Senhor, nós te pedimos, envia-nos a prosperidade. Bendito aquele que vem em nome do Senhor”.
Esse ritual de derramamento de água simbolizava ações de graça pela chuva que possibilitou a colheita do ano. Orações por mais chuva eram feitas para possibilitar a colheita da próxima estação.
Esse ritual simbolizava também a alegria espiritual e salvação.
A cada dia, durante o período da Festa, os sacerdotes rodeavam o grande altar de sacrifícios, uma vez, agitando suas palmeiras em todas as direções. Os ramos eram seguros juntos na mão direita, e a cidra, na mão esquerda.
No sétimo dia, chamado “Hoshana Rabbah” que significa “A grande Salvação”, os sacerdotes rodeavam o altar sete vezes, recitando o Salmo 118.
Durante os sete dias de sucot, o grande altar de sacrifício recebia um número de sacrifício maior do que em qualquer outra festa: 70 novilhos, 14 carneiros, 98 cordeiros e 7 bodes (Números 29.12-34).
Em relação aos 70 novilhos o Talmud ensina que “as setenta nações do mundo são representadas nas ofertas de expiação de Israel”.
Segundo ponto alto das comemorações eram os festejos. À noite, as multidões festejavam com banquetes e ainda cantavam e caminhavam pelas ruas portando tochas. Eram também colocadas tochas que iluminavam o átrio do Templo. Nesses momentos demonstravam sua gratidão a Deus desfrutando as boas coisas da vida e o prazer de gozarem a companhia uns dos outros.
Foi a essa festa que os irmãos de Jesus se referiram quando insistiram com Ele para que seguisse para Jerusalém (João 7.1-9). O Senhor rebateu suas palavras sarcásticas, mas depois, ocultamente, foi para Judéia. Durante a Festa, Ele deu ensinamentos e sofreu dura oposição por parte dos fariseus. Foi nessa ocasião que chamou os que tivessem sede para irem a ele e beber (João 7.37). Isso pode ter sido uma referência à água derramada no altar durante a Festa.

2 – O SIGNIFICADO PROFÉTICO
A Festa dos Tabernáculos tem um significado profético.
O profeta Amós, antevendo a vinda do Messias, escreveu: “Naquele dia levantarei o tabernáculo caído de Davi, repararei as suas brechas, e, levantando-o das suas ruínas restaurá-lo-ei como fora nos dias da antiguidade”. (Amós 9.11).
O povo judeu ainda hoje aguarda a vinda do Messias. A preservação misteriosa de Israel pode ser para o cumprimento do propósito de Deus de Israel se tornar o “tabernáculo de Davi, seu Rei”.
Judeus e gentios podem ser incorporados à casa ou família de Deus e assim tornar-se Seu tabernáculo – Seu lugar de moradia com a aceitação do Messias. Devemos lembrar que Deus já havia feito provisão para a inclusão dos gentios crentes dentro da aliança mosaica “a mesma lei haja para o natural (israelita) e para o forasteiro (gentio) que peregrinar entre vós”. (Êxodo 12.49).
O profeta Zacarias predisse que na era messiânica: “Todos os que restarem de todas as nações que vieram contra Jerusalém, subirão de ano em ano, para adorar o Rei, o Senhor dos Exércitos, e para celebrar a Festa dos Tabernáculos”. (Zacarias 14.16-21).
O profeta Miquéias profetizou: “… uma nação não levantará contra outra nação, nem aprenderão mais a guerra”.(Miquéias 4.3).
A Festa dos Tabernáculos fala da alegria do Messias tabernaculando em nosso meio. É época de regozijo, de plenitude.
Podemos ver também Jesus, nosso Messias, tipificado no ritual do derramamento da água. No evangelho de João, capítulo 7, temos um relato da Festa dos Tabernáculos que foi a última que Jesus participou.
Podemos imaginar a cena grandiosa: o grande cortejo de sacerdotes vestidos de branco, os levitas, os instrumentos, o derramamento da água no altar… e Jesus, em pé, nas sombras das grandes colunas do templo observando. Ele, o Eterno, o Filho de Deus, o Logos, a Palavra Viva que se fez carne, Aquele quem falou através da Lei dada no Monte Sinai para que se observasse a Festa dos Tabernáculos. Agora Ele estava ali, em pessoa, vendo a observância de uma ordenança Sua.
Assim que o cortejo passou com o clamor nos lábios do Salmo: “Ó Senhor, salva, Te pedimos…” Jesus se levanta e sua voz explode num grito carregado de misericórdia: “Se alguém tem sede, venha a mim e beba. Quem crer em Mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva”. (João 7.37-38).
Ali estava em pessoa Aquele de quem os profetas haviam falado. Ele era o cumprimento de todas as promessas. O Messias veio e tabernaculou entre nós. (João 1.14).
“Ah! Todos vós os que tendes sede, vinde às águas; e vós os que não tendes dinheiro, vinde, comprai, e comei; sim, vinde e comprai, sem dinheiro e sem preço, vinho e azeite. Porque gastais o dinheiro naquilo que não é pão: e o vosso suor naquilo que não satisfaz? Ouvi-me atentamente, comei o que é bom, e vos deleitareis com finos manjares. Inclinai os vossos ouvidos, e vinde a mim; ouvi, e a vossa alma viverá; porque convosco farei uma aliança perpétua, que consiste nas fiéis promessas a Davi”. (Isaías 55.1-3).
Através de Seu Espírito que seria derramado em vasos humanos Deus promete tirar de nós o coração de pedra e nos dar uma nova natureza.
“Porque derramarei água sobre o sedento, e torrentes sobre a terra seca; derramarei o meu Espírito sobre a tua posteridade, e a minha bênção sobre os teus descendentes”.(Isaías 44.3).
“O Senhor te guiará continuamente, fartará a tua alma até em lugares áridos, e fortificará os teus ossos; serás como um jardim regado, e como um manancial, cujas águas não faltam”. (Isaías 58.11).
“E acontecerá depois que derramarei o meu Espírito sobre toda a carne; vossos filhos e vossas filhas profetizarão, vossos velhos sonharão, e vossos jovens terão visões. Até sobre vossos servos e sobre as servas derramarei o meu Espírito naqueles dias. Mostrarei prodígios no céu e na terra: sangue, fogo e colunas de fumo. O sol se converterá em trevas, e a lua em sangue, antes que venha o grande e temível dia do Senhor. E acontecerá que todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo; porque no Monte Sião e em Jerusalém estarão os que forem salvos, assim como o Senhor prometeu, e entre os sobreviventes aqueles que o Senhor chamar”.                                              (Joel 1.28-32).


RESUMO PROFÉTICO DA FESTA DE TABERNÁCULO
PARA OS CRENTES EM YESHUA, JESUS O MESSIAS:

“O verbo se fez carne e habitou entre nós” (João 1.14). A palavra “habitou” no grego é “Skeneseii” e significa tabernaculou entre nós. Isto é, Jesus veio na sua 1a. vinda para fazer morada no coração daquele que confessa e o recebe como Senhor e Rei, o Salvador!
O centro da Festa de Tabernáculo é Jesus, o Messias. Chegará sua 2a. vinda, quando se cumprirá integralmente o profeta Zacarias (cap. 14.16-21).
Todas as nações, todos os anos, subirão a Jerusalém para celebrarem a Festa de Tabernáculo com o dono da Festa, o Rei Jesus.
É interessante notar no texto de João 7.37-38, quando Jesus deixou para falar no último dia da festa, o sétimo dia, que era o ápice da comemoração, sobre a tremenda e gloriosa mensagem que Ele era a Fonte Eterna de água viva, na qual ninguém teria mais sede. O sétimo dia é também um sinal do milênio. Podemos imaginar com base na tradição judaica em se jogar água sobre o altar de sacrifício do Templo, simbolizando não só a purificação, mas também as preces para que houvesse abundância de chuvas no ano novo.
A Bíblia diz que Yeshua clamou, isto é, gritou em alta voz: “Se alguém tem sede venha a mim e beba”. Isto é, Ele é o verbo, a Palavra-viva. Paulo em Efésios 5.25 diz que a Igreja, que somos nós, precisamos ser sem rugas e defeito por meio da lavagem de água que é a Palavra de Deus, Jesus.


É lindo poder entender e receber estas revelações.
Yeshua prepara sua noiva pela “lavagem de água, pela Palavra”.
A Festa de Tabernáculo é, portanto, momento de grande alegria para o Corpo do Messias, Yeshua tabernaculando em nós; Yeshua vindo como Rei para os Judeus e as nações, Jesus reinando por 1000 (mil) anos com a sua Igreja.
Urge que a Igreja de Yeshua HaMashiach tome posse do Espírito da Palavra, do contexto da relação Israel x Igreja, do tempo de Deus que corre paralelo a ambos.
Urge que o Corpo do Messias se aproxime com profundo amor pelo conhecimento das Escrituras, como um livro escrito por judeus no contexto e nas tradições do povo judeu. Yeshua é  judeu, viveu com um judeu zeloso com a lei e continuará sempre judeu. Ele é o mesmo, o Eterno, o de ontem, de hoje e o de sempre.

domingo, 22 de maio de 2016

O SIGNIFICADO DA FESTA DE PURIM



Segundo os registros do livro de Ester, a festa de Purim comemora o dia da vitória do povo judeu sobre os povos inimigos na época do Rei Assuero, medo-persa, durante o cativeiro dos judeus na Babilônia. Hamã havia emitido um decreto sem o conhecimento total do rei Assuero, determinando que o povo judeu deveria ser exterminado da terra sem qualquer direito de defesa.

Segundo a lei medo-persa, como qualquer decreto, após emitido, não poderia mais ser revogado nem pelo próprio rei, a solução encontrada por Mordecai e pela rainha Ester foi a de se emitir um segundo decreto, dando o direito aos judeus de se defenderem. Deus honrou o Seu povo e o fez prevalecer, fazendo cair por terra o plano inimigo de extinguir o povo de Deus da face da terra.

No calendário hebraico, a festa de Purim é comemorada nos dias 14 e 15 do mês de Adar (em 2011, a data concidirá com 20 e 21 de março), conforme Ester 9:20-22,26:
"Mordecai escreveu estas coisas e enviou cartas a todos os judeus que se achavam em todas as províncias do rei Assuero, aos de perto e aos de longe, ordenando-lhes que comemorassem o dia catorze do mês de adar e o dia quinze do mesmo, todos os anos, como os dias em que os judeus tiveram sossego dos seus inimigos, e o mês que se lhes mudou de tristeza em alegria, e de luto em dia de festa; para que os fizessem dias de banquetes e de alegria, e de mandarem porções dos banquetes uns aos outros, e dádivas aos pobres... Por isso, àqueles dias chamam Purimdo nome Pur. Daí, por causa de todas as palavras daquela carta, e do que testemunharam, e do que lhes havia sucedido..."




Purim é uma palavra hebraica derivada de outra palavra hebraica Pur, mas que muito provavelmente vem da palavra assíria puru, que se refere aos dados de jogos que são lançados para se determinar a sorte de algo1. Foi assim que Hamã lançou o Pur e determinou que, no 13º. dia do mês de Adar, o povo da aliança de Deus, os judeus, deveria ser exterminado da face da terra.

Apesar de o livro de Ester nunca mostrar algum dos nomes hebraicos do Senhor, é visível Sua presença e como Ele influencia os fatos e os tempos para favorecer o Seu povo. Conhecer os tempos de Deus é fundamental para se avançar no Reino. E isso tem que ser uma chave bíblica para nós, também. Ester, sendo judia, foi feita rainha entre os medo-persas, ao lado do rei Assuero. O primo dela, Mordecai, ficou às portas do palácio do rei, e o salvou de uma trama inimiga para matá-lo. Temos que nos posicionar às portas do Rei para vigiarmos com Ele, porque Ele quer nos revelar as tramas inimigas para que, por meio do poder de Deus, possamos impedi-las e desfazê-las antes de serem concretizadas. Profetizo que você descobrirá as tramas do inimigo contra a sua vida e as neutralizará pelo poder da sua oração.

Hamã, conselheiro do rei, era agagita (Ester 3:1-10; 8:3-5). Significa que Hamã era amalequita, porque Agague (de onde vem o termo agagita) era rei dos amalequitas (1 Samuel 15:8). É muito importante que entendamos um pouco da genealogia de Amaleque.

Amaleque era o neto de Esaú (Gênesis 36:12) e exterminou todos os habitantes da área compreendida entre a península do Sinai e o deserto de Neguebe. Os amalequitas foram os primeiros a atacar Israel depois do Êxodo, em Refidim. Desde então, todas as ocorrências de ataques amalequitas na Bíblia sempre são tentativas de se exterminar o povo de Deus. Leia Números 24 para estudar mais a respeito. Em Êxodo 17:16, o Senhor faz uma importante revelação ao Seu povo. Ele diz:

"E disse: Porquanto jurou o Senhor que ele fará guerra contra Amaleque de geração em geração."
A iniqüidade dos amalequitas era tanta que o Senhor chegou a mandar que Saul os exterminasse por completo (1 Samuel 15:2-3). Porém, Saul desobedeceu. Historicamente, o povo amalequita foi exterminado somente no século 8 a.C. (1 Crônicas 4:43). Mas o espírito amalequita permaneceu ao longo da história (até os nossos dias), cumprindo o que o Senhor disse em Êxodo 17:16.

Quando o Senhor afirma que fará guerra contra Amaleque de geração em geração, significa que a guerra continua até hoje e é perfeitamente possível determinar que o espírito do anticristo está totalmente ligado ao espírito amalequita. O objetivo do espírito do anticristo será sempre exterminar o povo de Deus, e sempre tentar denegrir Jesus Cristo diante da sociedade. Anticristo literalmente significa em oposição a Cristo2.



Hamã foi alimentado por uma raiva incontrolável do povo de Deus - fato que se agravou ainda mais quando Mordecai não se prostrava diante dele, e quando o próprio Hamã foi obrigado a honrar Mordecai na frente de toda a população da Babilônia. Hamã então decide exterminar o povo judeu. O histórico de Adolph Hitler é surpreendentemente parecido com o de Hamã. Desde pequeno, já era influenciado pelo espírito do anticristo a odiar os judeus - o resto, a própria História nos conta. A biografia de Adolph Hitler nos mostra que sua raiva pelo povo judeu vinha da criação dada a ele, desde a infância, por parte de seus antepassados, por tradição. Isso impregnou o caráter de Hitler - não era algo que surgiu em Hitler somente quando ele assumiu o poder na Alemanha. O espírito do anticristo tornou-se mais nítido em Hitler quando atingiu a posição de liderança no Partido Nazista. Seus discursos anti-semitas literalmente hipnotizavam as massas. E assim, finalmente o espírito do anticristo colocava em prática, novamente, o seu intento de exterminar o povo de Deus, agora na Alemanha nazista.

Hamã, igualmente, não passou a ter raiva dos judeus somente porque Mordecai não se prostrava diante dele. Era algo que vinha de sua criação, do ódio dos amalequitas pelo povo de Deus que passava de geração em geração - era uma iniqüidade constantemente alimentada. Tanto, que Hamã resolveu punir toda a população judia, não somente Mordecai.

Mas Deus levantou Ester. Um dos significados do nome Ester é escondida3. Ela era a arma secreta de Deus. E com isso o inimigo não contava. Ester era intercessora. Ao saber do edito de Hamã, jejuou e orou por três dias. Comunicou-se com Mordecai, que levou todo o povo de Deus a fazer o mesmo. Intercederam, jejuaram e finalmente Hamã foi desmascarado e morto em sua própria forca. Decrete em sua vida que você é uma arma secreta de Deus para ver os seus inimigos espirituais (veja Efésios 6:12) enforcados nas próprias forcas que haviam preparado para você!
Por fim, Deus honrou ao Seu povo, que ganhou o direito de se defender e derrotou os inimigos no dia 13 do mês de Adar. Assim, a existência do povo de Deus foi preservada.Os planos do inimigo foram impedidos!
Decrete o mesmo em sua vida hoje! O livro de Ester foi escrito para demonstrar que:
  1. Deus jamais abandonará o seu Povo
  2. O poder de Deus sempre sobrepujará o poder do inimigo
  3. A intercessão faz a história e acelera o cumprimento da Palavra de Deus aqui na terra
  4. Os decretos que Deus emitir em sua vida serão sempre superiores aos decretos do inimigo sobre a sua vida
  5. Devemos orar pela paz em Jerusalém



Comemore a Festa de Purim com este sentimento:
  1. De que a Igreja do Senhor Jesus Cristo na terra tem o poder hoje para guerrear e impedir que o espírito do anticristo realize extermínios do povo de Deus aqui na terra
  2. De que finalmente o Senhor Jesus, quando voltar, derrotará o anticristo em pessoa. Isso é fato. No mundo espiritual já foi consumado. Temos que ligar os céus aqui na terra.
A Paz do Senhor a todos vocês!

segunda-feira, 16 de maio de 2016

O que significa circuncisão? Para que servia?



substantivo feminino
  1. 1.
    med retirada cirúrgica do prepúcio, praticada por razões higiênicas e/ou religiosas; peritomia, postectomia, postetomia.
  2. 2.
    p.met. rel cerimônia em que se pratica tal ato ritualmente como sinal de inclusão na comunidade judaica.

O Dicionário Houaiss define a circuncisão como a “retirada cirúrgica do prepúcio, praticada por razões higiênicas e/ou religiosas”.



As “razões religiosas” têm suas raízes no primeiro livro da Bíblia. A lei da circuncisão foi dada a Abraão quando ele tinha 99 anos de idade. Deus associou a circuncisão a duas das grandes promessas:
 1. Ele faria uma grandenação dos descendentes de Abraão, e 2. Daria-lhes uma terra como herança. Deus mandou que Abraão e seus descendentes guardassem a aliança da circuncisão: “Todo macho entre vós será circuncidado. Circuncidareis a carne do vosso prepúcio; será isso por sinal de aliança entre mim e vós” (Gênesis 17:10-11). Ele ordenou que circuncidassem os meninos no oitavo dia da vida.

Os incircuncisos não participavam dessas promessas de Deus. Não faziam parte do povo escolhido, Israel. Homens de outras nações passavam a participar dos privilégios dos judeus somente quando foram circuncidados (veja Êxodo 12:48).


Judeus que negligenciavam este mandamento do Senhor não podiam participar das festas especiais que Deus lhes deu. Um exemplo que mostra a importância da circuncisão se encontra em Josué 5. Depois da peregrinação no deserto, o povo chegou à terra prometida. Mas, eles não haviam praticado a circuncisão no caminho (5:7). Era necessário fazer a circuncisão de todos os machos (5:8). Somente depois de cumprir esta ordem, eles podiam celebrar a Páscoa, a festa que os lembrou da salvação da nação das mãos dos egípcios (5:10). No dia seguinte, começaram a comer do fruto da terra prometida (5:11-12) e, logo em seguida, começaram a conquistar a terra. Estes dois fatos, ligados especificamente às promessas da nação e da terra, reforçam o significado original da circuncisão.




Na igreja primitiva, houve controvérsias acirradas sobre a circuncisão. Alguns judeus convertidos a Cristo acharam que todos os homens teriam que ser circuncidados para participarem das bênçãos em Cristo. Talvez associaram uma outra promessa dada a Abraão (veja Gênesis 12:3) ao ato de circuncisão. Mas Deus nunca disse que as bênçãos espirituais em Cristo dependeriam da circuncisão da carne. Paulo e outros resistiram a essas ideias, e pregaram a salvação pela fé para todos, judeus e gentios (Romanos 3:28-30; Gálatas 5:2,6,11; Colossenses 3:11).

Embora a circuncisão não tenha valor religioso hoje, ainda aprendemos lições importantes das instruções dadas aos judeus. No ato da circuncisão, eles se tornaram distintos, e Deus removeu o “opróbrio” do pecado (Josué 5:9). Hoje, ele remove o pecado na circuncisão espiritual quando somos sepultados com Cristo no batismo (Colossenses 2:11-13). “Porque nós é que somos a circuncisão, nós que adoramos a Deus no Espírito, e nos gloriamos em Cristo Jesus, e não confiamos na carne” (Filipenses 3:3). “Pois nem a circuncisão é coisa alguma, nem a incircuncisão, mas o ser nova criatura” (Gálatas 6:15).

terça-feira, 3 de maio de 2016

SEJA GRATO AO SENHOR JESUS



"Jesus, Mestre, Tem Misericórdia de nós" Lc 17;13
Os leprosos, gritavam em coro, ao verem Jesus, em uma aldeia da Galileia. Eram dez, ao todo. Me chama à atenção, o fato de estarem os dez reunidos, justamente quando Jesus passava por ali. Acredito, que não ter sido coincidência o encontro. Havia um líder entre eles. Alguém que por dias percorreu o lugarejo e proximidades em busca de pessoas que sofriam com o mesmo mal. Alguém, que ouviu falar de Jesus, se encheu de fé, e como um intercessor, quis que seus semelhantes também recebessem a cura.

A lepra, era um mal, que causava isolamento social. Em hebraico, a palavra tsara' át, compreende uma variedade de doenças de pele: psoríase, favo, leucodermia e hanseníase. um leproso, segundo a lei, tinha que constantemente se apresentar ao sacerdote, para ser examinado. Dependendo do grau de sua doença, era considerado puro ou impuro. Esta pureza (ou impureza), era de ordem física e também moral. Por uma série de motivos, os leprosos sofriam limitações: "Todos os dias, em que a praga estiver nele, será imundo; e imundo habitará só; a sua habitação será fora do arraial"Lv 13:46.




Como aqueles dez leprosos foram ao encontro de Jesus? Por que estavam juntos? Tinham nacionalidades distintas. Um era samaritano, os demais judeus. Samaritanos e judeus juntos? Quem seria o líder? O que com suas palavras de fé, falou aos demais sobre Jesus!? Que acompanhou a agenda do Mestre, ansioso por sua chegada à aldeia? Aquele que recomendou aos demais: "Vamos ficar ao longe, não poderemos transgredir a lei, nos aproximar, gritaremos alto, Ele nos ouvirá"!? Este, "contagiou", o grupo com a certeza de cura.

"E entrando numa certa aldeia, saíram-lhe ao encontro dez homens leprosos, os quais pararam de longe; e levantaram a voz, dizendo, Jesus, Mestre, tem misericórdia de nós" Lc 17:12,13.

Ficaram ao longe. O Mestre os ouviu. E para não causar escândalo, alimentar seus adversários- que estavam em toda parte- E cumprir a lei, a qual afirmou não vir revogar, Jesus os ordenou que se apresentassem ao sacerdote: "Ide, mostrai-vos ao sacerdote" Lc 17;14. E enquanto iam, as feridas dos leprosos se iam secando, sumindo. Grande Deus! Uns olhavam para os outros, sorriam de alegria, pegavam em seus corpos como se estivessem vivendo um sonho. Estamos curados! E prosseguiam virando às costas para Jesus. Todos, menos um. O samaritano. Considerado impuro, duas vezes. Ele se voltou para o que o curara: "E caiu aos seus pés, com o rosto em terra, dando-lhe graças" Lc 17:16.




Seria ele o líder? O que reuniu os nove, em busca do milagre? Tudo que sei é que ele foi o mais digno de todos. Sua gratidão, foi o motivo de sua salvação. Ele, se negou a caminhar em direção a lei. se voltou para a graça. Enquanto os nove se dirigiam ao templo para diante do sacerdote, oferecerem os sacrifícios prescritos pela purificação da lepra. Ele, o humilde samaritano, reconhecia em Cristo Jesus, o Sacerdote Eterno. Isto, lhe bastava. Ele sabia, que Jesus era o Messias Salvador. Suas lágrimas escorriam pelo rosto, enquanto com todo o coração adorava ao Mestre. A vida, do samaritano, em volta a mais profunda gratidão e arrependimento, já não era a mesma. Seu caminho, seria distinto dos nove companheiros. Companheiros, que minutos antes, lamentavam a dor da miséria humana. Porém, se mostraram miseráveis, diante da vida.



               
Quantas lições, poderemos apreender dessa passagem Bíblica! De que forma, poderíamos aplicá-la às nossas vidas? Como estamos agindo diante de Deus? Como os nove, ingratos leprosos, ou como o nobre samaritano? Temos reconhecido a providência Divina? Vivido a graça? Ou estamos a caminhar para "o templo dos sacrifícios"? de que forma poderemos mudar nossa atitude, motivar pessoas ao nosso redor? Certamente ao agirmos, como o líder, dos leprosos. Recolhendo feridos e conduzindo-os a Cristo. É o nosso papel. A nós, cabe o amor. A eles, a gratidão. A nós, cabe o testemunho. Somente a Deus, o julgamento para a Salvação. Me impressiona, a humildade do samaritano. Jesus perguntou-lhe: "Aonde estão os nove?" Não consta que ele tenha respondido pelos nove ou que tenha acusado-os. Mas, que permaneceu adorando, aos pés do Mestre com toda intensidade do seu ser. Suas lágrimas, também foram de compaixão pelos que se foram sem a salvação.

Que esta mensagem, fale profundamente aos nossos corações. Em Cristo. Amém.