terça-feira, 10 de julho de 2018

NICOLAÍTAS




Qual Era a Doutrina dos Nicolaítas?

Os nicolaítas eram pessoas que procuravam difundir ensinos contrários ao verdadeiro Evangelho. Objetivo dessas pessoas era o de corromper a Igreja de Cristo e perverter o genuíno culto ao Senhor. Por isto, o significado de “nicolaítas” na Bíblia está relacionado ao fato de serem pedra de tropeço na Igreja de Deus.

Se compararmos as igrejas de hoje com a Igreja de Pérgamo lamentavelmente  vertemos que este mal ainda é uma triste realidade que deve ser combatida.



Os nicolaítas na Bíblia

Este grupo aparece pela primeira vez em Apocalipse 2:6, quando Jesus elogia a Igreja de Éfeso por odiar as obras dos nicolaítas: “Entretanto, há uma coisa a seu favor: você odeia as práticas dos nicolaítas, as quais eu também odeio”.

A segunda referência aos nicolaítas na Bíblia está registrada no mesmo capítulo 2 do livro do Apocalipse. Porém, desta vez eles são mencionados na carta endereçada a Igreja em Pérgamo: “No entanto, tenho contra ti algumas coisas: você tem aí pessoas que se apegam aos ensinos de Balaão, que ensinou Balaque a armar ciladas contra os israelitas, induzindo-os a comer alimentos sacrificados a ídolos e a praticar imoralidade sexual. De igual modo você tem também os que se apegam aos ensinos dos nicolaítas” (Apocalipse 2:14,15).

Diferentemente da carta a Igreja em Éfeso, os cristãos de Pérgamo não receberam um elogio da parte do Senhor. Ao contrário disso, eles foram duramente repreendidos por tolerarem os ensinos dos nicolaítas.

Quem eram os nicolaítas?

Não é muito fácil afirmar com exatidão quem eram os nicolaítas. Na verdade, ao longo da História da Igreja, diferentes teorias foram apresentadas para tentar explicar a origem dos nicolaítas.
Alguns entendem que os nicolaítas eram seguidores de Nicolau. Nicolau era um prosélito de Antioquia que foi designado diácono na Igreja em Jerusalém (Atos 6:5). Esta interpretação foi defendida por Irineu e Hipólito (séculos 2 e 3 d.C.), mas não há qualquer evidência concreta a seu favor. Por este motivo é correto considerá-la com desconfiança.
  

Outros entendem que os nicolaítas formavam uma seita gnóstica que procurava se infiltrar nas comunidades cristãs com o objetivo de semear seus ensinos heréticos. Por último, há quem entenda que os nicolaítas eram simplesmente aquelas pessoas que seguiam e divulgavam os ensinamentos dos falsos apóstolos e falsos profetas. Esta última alternativa talvez seja a mais provável, e se harmoniza melhor com a exegese do texto.

Qual era a doutrina dos nicolaítas?


Considerando que os nicolaítas eram pessoas que seguiam os falsos apóstolos e profetas, podemos ter alguma ideia do tipo de coisa que eles ensinavam. Devemos notar que o Senhor Jesus parece estabelecer um tipo de paralelismo entre os nicolaítas e Balaão (Apocalipse 2:14).

Balaão aparece no Antigo Testamento como alguém que tentou conquistar pessoas através da fraude e do engano. Assim, da mesma forma com que Balaão tentou prejudicar o povo de Israel com profecia enganadora, os nicolaítas tentavam destruir a Igreja de Cristo através de doutrinas falsas.

Além disso, o nome grego Nikolaos significa “ele conquista pessoas”. Esse nome pode ter sido aplicado no Apocalipse como um tipo de alegoria helenizada para se referir exatamente a pratica de Balaão como corruptor de Israel. Assim, os nicolaítas, do grego nikolaites, pode significar algo como “conquista do povo”, no sentido de destruição.


De qualquer forma, Jesus repreendeu a Igreja de Pérgamo por aceitar pessoas que seguiam a doutrina de Balaão. Da mesma forma com que Balaão ensinava Balaque a lançar tropeços diante dos filhos de Israel, tais pessoas também buscavam lançar tropeços entre os cristãos. Eles procuravam induzir os crentes a comerem de banquetes pagãos e a se prostituírem. Práticas semelhantes também tinham ocorrido entre os israelitas nos dias de Balaão (Números 25:1,2; 31:16).


É por isto que os nicolaítas aparecem na literatura cristã da época dos pais da Igreja como sendo pessoas amantes do prazer, caluniadoras, corruptoras de sua própria carne e que viviam uma vida devassa. Assim, certamente os nicolaítas eram pessoas comprometidas com o mundo pecaminoso. Eles participavam e incentivavam outras pessoas a se entregarem às festas, rituais, práticas e banquetes imorais e idolatras dos pagãos.

Aqui vale considerar um detalhe importante relacionado ao contexto histórico. Nos dias em que o Apocalipse foi escrito, deixar de comer alimentos sacrificados a ídolos e recusar-se a frequentar as festas do paganismo, implicava praticamente no isolamento social e econômico. A vida daquela sociedade girava em torno dessas festas, e o comércio tinha como patronos as deidades cultuadas nelas. Saiba sobre o contexto do livro do Apocalipse.


Tudo isso significava que um cristão verdadeiro que abstivesse desse comportamento pecaminoso, provavelmente perderia seu emprego, sua influência social e seria considerado excluído da sociedade. Os nicolaítas, por sua vez, procuravam contornar essa situação. Eles tentavam misturar elementos do paganismo dentro da Igreja de Cristo, e ainda acreditavam poder justificar suas práticas pecaminosas.

O tempo passou, mas pessoas semelhantes aos nicolaítas continuam por aí. Essas pessoas levam um estilo de vida imoral e corrupto. Elas tentam se infiltrar entre os cristãos com o objetivo de perverter a verdade do Evangelho. No entanto, a sentença já foi dada por Cristo: “[…] contra eles batalharei com a espada da minha boca” (Apocalipse 2:16).