sexta-feira, 9 de outubro de 2015

JEJUM: PORQUE E PARA QUÊ?


NEEMIAS 1:4 “4 Tendo eu ouvido estas palavras, sentei-me e chorei, e lamentei por alguns dias; e continuei a jejuar e orar perante o Deus do céu, “

O Jejum é uma decisão consciente e intencional de se abster por um período de tempo do prazer de todo conforto material e gozo da carne, para ganhar benefícios espirituais. É um assunto provado, entre o indivíduo e Deus. A palavra em Hebraico para jejum (“Tsum”) significa “fechar, cobrir a boca”. A Palavra em Grego (“Nesteuo”) significa “abster-se” e traz o sentido de um que abstém de comida.

Todo jejum deve ser feito com propósito. Aliás, nada na vida cristã deve ser feito sem entendimento e objetivo. Nada deve ser feito simplesmente porque alguém lhe pediu para fazer algo. Se for uma obrigação do tipo, “eu TENHO que fazer…”, então seus motivos estão errados e o salário desta obrigação será um cativeiro e não uma liberdade.
Exemplos de jejuns na Bíblia:
Moisés não comeu pão ou bebeu água durante 40 dias e 40 noites enquanto esteve no Monte Sinai recebendo a lei (Êxodo 34:28). Grupos de pessoas jejuavam (mais isto não era um requisito da lei) em tempos de guerra, como quando os de Benjamim derrotaram os outros israelitas (Juízes 20:26), e quando Samuel ajuntou o povo em Mizpah durante a guerra com os filisteus (1 Samuel 7:6).

Josafá chamou o povo para um jejum em toda Israel quando entraram em guerra contra os Moabitas e os Amonitas (2 Crônicas 20:3). Reagindo à pregação de Jonas, os homens de Nínive, segundo a ordem do rei, jejuaram e colocaram pano de saco (Jonas 3:5). Aqueles que retornariam com Esdras do cativeiro jejuaram no rio Aava quando enfrentaram perigos em sua jornada de volta (Esdras 8:21,23). Ester e os judeus Susã jejuaram quando em face da destruição planejada por Hamã (Ester 4:3,16; 9:31).
Em tempos de tristeza e sofrimento, o povo jejuava. Um jejum de sete dias foi feito quando os ossos de Saul e seus filhos foram sepultados (1 Samuel 31:13; 1 Crônicas 10:12).
Jejum era comumente feito por indivíduos em tempos difíceis. Davi jejuou depois que ouviu da morte de Saul e Jônatas (2 Samuel 1:12). O próprio Neemias jejuou e orou quando ouviu que Jerusalém estava em ruínas desde a sua destruição (Neemias 1:4). Dario, o rei da Pérsia, jejuou toda a noite depois de colocar Daniel na cova dos leões (Daniel 6:18).

Passar fome ou sede não era algo automaticamente eficaz em realizar o desejo daqueles que jejuavam. Nos dias do profeta Isaías, o povo reclamou que eles jejuaram, mas Deus não os havia respondido favoravelmente (Isaías 58:3-4). O profeta declarou então que o show externo era fútil. O Jejum que o Senhor requer é que soltemos as ligaduras da iniqüidade, que desfaçamos as ataduras do jugo e que deixemos livres os oprimidos, e despedacemos todo o jugo, que repartamos o teu pão com o faminto, e recolhamos em casa os pobres abandonados; e, quando virmos o nu, o cubramos.

O jejum também acontece no Novo Testamento. Ana não se apartava do templo, “servindo a Deus em jejuns e orações, de noite e de dia.” (Lucas 2:37). João Batista levou seus discípulos a jejuarem (Marco 2:18). Jesus jejuou 40 dias e noites antes de sua tentação (Mateus 4:2). Usando a comparação com uma festa de casamento, entretanto, Jesus insistiu que não era apropriado que seus discípulos jejuassem enquanto o noivo estivesse com eles (Mateus 9:14-15; Marcos 2:18-20; Lucas 5:33-55).

Cornélio jejuava quando teve sua visão (Atos 10:30). A igreja em Antioquia jejuou (Atos 13:2) e enviou Barnabé e Paulo em sua primeiro viagem missionária com jejum e oração (Atos 13:3). Paulo e Barnabé oravam com jejum quando apontaram presbíteros em outras igreja (Atos 14:23). Paulo sugeriu que esposos e esposas abstivesse de relacionamento sexual para se doarem ao jejum e a oração (1 Coríntios 7:5).

Mas qual o propósito do jejum para nós hoje?

MATEUS 6:16-18  “16 E, quando jejuardes, não vos mostreis contristados como os hipócritas; porque desfiguram os seus rostos, para que aos homens pareça que jejuam. Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão. 17 Tu, porém, quando jejuares, unge a tua cabeça, e lava o teu rosto, 18 Para não pareceres aos homens que jejuas, mas a teu Pai, que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará publicamente.”
ZACARIAS 7:5 “5 Fala a todo o povo desta terra, e aos sacerdotes, dizendo: Quando jejuastes, e pranteastes, no quinto e no sétimo mês, durante estes setenta anos, porventura, foi mesmo para mim que jejuastes?”





Isso trata da questão dos nossos motivos. Estamos tratando neste livro sobre reforma e já falamos deste assunto (o motivo do nosso coração). É muito fácil fazermos algo que Deus desejou que tivesse um propósito puro e usarmos isto para nosso benefício próprio, tentando usar este para que Deus nos abençoe ou faça algo por nós. O foco do jejum não são as bênçãos em si (a salvação de almas, a libertação de um parente ou até mesmo um avivamento), mas o próprio Deus. Nossa maior recompensa é o próprio Senhor, assim como em Números 18:20.
O jejum é algo pessoal que trará benefícios sim… para você. Enquanto o povo inteiro jejuava, cada um deles era transformado, e assim a nação era transformada. Se você não se levantar para evangelizar, seu amigo não-crente não será salvo. Os anjos não podem fazer este trabalho, nem mesmo o Espírito Santo. Deus age neste mundo através de nós. Somos instrumentos de reconciliação e salvação.

O jejum é um tempo que você reserva para Deus, para orar e gastar tempo com Ele, para receber respostas, para ver mais claramente uma situação, para ouvir mais de Deus. Se você se propõe a fazer jejum, vai trabalhar e não gasta tempo com Deus, então tudo o que você fez foi deixar de comer. E mais nada!

Um grande alerta nesta área é o fato de que o jejum não muda ao Senhor, mas a nós, nos deixando mais sensíveis às direções do Espírito Santo. O Senhor não muda (Malaquias 3:6; Tiago 1:17; Hebreus 13:8), mas nós devemos ser constantemente transformados (Romanos 12:1-2; 2 Coríntios 3:18). E assim como a transformação não é imediata, não caia na armadilha de pensar que o jejum trará respostas instantâneas. Espere o tempo da colheita, descanse em Deus e saiba que a obra que Ele faz em você não é em vão. Sempre que damos lugar ao Espírito somos beneficiados. Portanto, se for conduzido a jejuar com um fim específico, espere em Deus, medite na Palavra e ande conforme a orientação do Espírito.

Quanto mais nos damos ao jejum, portanto, criamos uma atmosfera para a oração e para a Palavra. E com isso os resultados vêm:

            Ouvimos mais claramente de Deus (pois apesar da nossa carne estar gritando por um tempo, ela se cansa certamente, e é nessa hora que conseguimos ouvir a voz do Espírito Santo);

            Há maior evidência do poder de Deus (Mateus 17:21). Gostaria que você entendesse que o poder não está no jejum em si, mas por estarmos mais sensíveis à voz e à direção do Espírito, gastando tempo com Ele, o poder se faz mais evidente porque a revelação é mais clara. O poder para vencer o diabo já está disponível para todo crente nascido de novo, com jejum ou sem jejum, pela morte e ressurreição de Jesus. O jejum apenas te deixa mais alerta à este fato.

Se você pensar sobre o assunto, vai conseguir entender que muitas vezes a nossa carne se exalta e com isso perdemos a chance de abençoarmos alguém. Quantas vezes alguém já não te deu uma resposta meio pesada e você na mesma respondeu com uma mais pesada ainda? Fazendo assim você acaba de perder a oportunidade de ganhar a situação. Quando jejuamos colocamos a nossa carne sujeita ao espírito. Nossa carne se levanta, nosso espírito a coloca em seu lugar. Quanto mais treinado você for nisso, mais vitorioso você será na luta não contra carne ou sangue, mas contra principados e potestades. Muitas das vezes calar é o melhor “tapa na cara” do diabo.

Portanto, quanto mais você jejua, mais domínio sobre a carne o seu espírito tem. O fruto do espírito é encapsulado em apenas um elemento: o amor; e o domínio próprio é a vitória do amor sobre situações que se levantam para nos afrontar. Se o inimigo conseguir que você se descontrole, você pára a ação do amor, impedindo que Deus se manifeste naquele momento em sua defesa. Jejuar nos treina a andarmos em domínio próprio, evidenciando o amor de Deus através de nós.

1 TESSALONICENSES 1:5 “5 Porque o nosso evangelho não foi a vós somente em palavras, mas também em poder, e no Espírito Santo, e em muita certeza, como bem sabeis quais fomos entre vós, por amor de vós.”
SALMOS 106:8 “8 Não obstante, ele os salvou por amor do seu nome, para fazer conhecido o seu poder.”

 Portanto as vitórias serão mais visíveis em situações difíceis (Joel 1:12-14 diz, “pare com tudo e consagre-se”. O resultado é visto em Joel 18:32 – como vimos no final do capítulo 1).

O jejum é uma arma contra a sua carne. Você nem mesmo precisa separar dias e mais dias para jejuar se entender o princípio de mortificar a sua carne. Com isso você pode viver uma vida contínua de jejum, deixando de fazer o que você quer fazer, controlando sua carne, muitas vezes na hora de comprar algo, ou assistir televisão, por exemplo. Uma vida de jejum é uma vida cujos prazeres instantâneos são controlados pelo prazer espiritual.

Mais uma vez usando os escritos de Foster, “Embora os aspectos físicos do jejum nos deixem curiosos, jamais devemos esquecer-nos de que a principal obra do jejum bíblico está no reino espiritual. O que se passa espiritualmente é de muito maior conseqüência do que acontece no corpo. Você estará engajado em uma guerra espiritual que necessitará de todas as armas de Efésios 6. Um dos períodos mais críticos no campo espiritual está no final do jejum físico quando temos uma tendência natural para descontrair-nos. Não quero, porém, deixar a impressão de que todo jejum é uma tremenda luta espiritual; pessoalmente, não tenho sentido assim. Ele é, também, ‘… justiça, paz e alegria no Espírito Santo’ (Romanos 14:17).

O jejum pode trazer avanços no reino espiritual que jamais poderiam ter acontecido de outra maneira. É um recurso da graça e benção de Deus que não deve ser negligenciado por mais tempo. Wesley declarou:



IGREJA EVANGÉLICA ASSEMBLEIA DE  DEUS, ÁREA 71, CONGREÇÃO 13
AUTOR: PROF. ROBISON CASTRO BARROS

Celular:8835-5379

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