quarta-feira, 23 de março de 2022

REVELAÇÕES E PROFECIAS

Qual a origem da palavra revelação?

Revelação é um termo que tem a sua origem etimológica no vocábulo latino revelatĭo. Trata-se do acto e o resultado de revelar (contar algo que era secreto, tornar visível o oculto, antecipar um evento futuro).

 

 

Qual o significado de revelação na Bíblia?

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[Teologia] Ato pelo qual Deus fez saber aos homens os seus mistérios, sua vontade, a princípio no momento da criação, depois por Moisés e os profetas, e finalmente por Jesus Cristo.

O que significa a palavra revelação em grego?


 

Apocalipse é uma palavra com origem no termo grego apokálypsis que significa "revelação" ou "ação de descobrir"

 

 

Qual o significado de profecia?

1 Predição divina por meio dos profetas. 2 Presságio anunciado por pessoa que supostamente interpreta o futuro.

Etimologia (origem da palavra profecia). Do latim prophetia.ae.

 

 

Profecia

Profecia é um relato no qual se afirma prever acontecimentos futuros. [1] Podem ser baseadas na dedução a partir de fatos atuais ou alegadamente por inspiração divina. [2]Normalmente as profecias são caracterizadas como formas de manifestação divina.

 

Etimologia:

A palavra profecia tem origem no grego prophetia (προφητεία), que significa “capacidade de interpretar o desejo dos deuses” e é formada pela junção das palavras prophetes (à frente) e phanai (falar).[3]

Na Grécia antiga os oráculos falavam como intervenientes entre os deuses e os homens, estes diziam predições, ou seja, relatos do futuro que podem ser considerados como pequenas profecias.

O QUE É O DOM DE PROFECIA

O dom de profecia faz parte da lista de dons citado por Paulo em 1 Co 12.

Muito discutido entre estudiosos e cristãos em geral. E por existir até uma certa confusão acerca desse dom espiritual, estudaremos nesse artigo sobre o assunto.

O DOM DE PROFECIA

 


 No Antigo Testamento, havia um “ministério profético”, reconhecido e considerado por toda a nação, mas hoje, não existe esse ministério nas igrejas cristãs. Existem pessoas ou mensageiros de Deus, que possuem o “dom de profecia”, usado em determinadas ocasiões, como propósitos definidos, como veremos mais adiante.

Entre os dons ministeriais, há dom de profeta.

No Antigo Testamento, as palavras entregues pelos profetas não admitiam julgamento, exceto quanto a seu cumprimento.

Quando o profeta era de fato “homem de Deus”, nenhuma palavra deixava de se cumprir (1 Sm 3.19). “E crescia Samuel, e o Senhor era com ele, e nenhuma de todas as suas palavras deixou cair em terra”.

Se a profecia não cumprisse, o consideravam um falso profeta e o puniam com pena de morte (Dt 13.5; 18.20,22).

No Novo Testamento, os profetas podem ser julgados ou avaliados (1 Co 14.29).

Já pensou se houvesse punição para os falsos profetas de hoje…

 

DOM DE PROFECIA, NO NOVO TESTAMENTO

O dom de profecia, no Novo Testamento, possui algumas diferenças, em relação ao ministério profético do Antigo Testamento.

Na Antiga Aliança, os profetas, ou mensageiros de Deus, tinham mensagens dirigidas a todo o povo, à nação de Israel e, em determinadas ocasiões, a pessoas individualmente, a reis, a profetas e a quem Deus quisesse enviar sua palavra.

No Novo Testamento, a mensagem profética é proclamada, no seio de uma igreja local.

Dificilmente, há uma mensagem para toda a nação.

Embora essa hipótese não seja descartada, Deus age e fala como quer.

Deve-se considerar que a profecia, bem como outras manifestações do Espírito Santo, é absolutamente necessária nos dias presentes.

Concluir que os dons, sinais e prodígios, foram apenas para os dias dos apóstolos, é reduzir o poder e ação do Espírito Santo a uma matriz teológica, acadêmica e intelectualizada, que não creem nas afirmações da Palavra de Deus.

O QUE É DOM DE PROFECIA?

Para entendermos melhor o dom de profecia, precisamos saber um pouco sobre o significado da palavra profeta e profecia.

No Antigo Testamento, a palavra profeta é navi, (hb. Nãbi’) que se refere ao homem inspirado pelo Espírito Santo para entregar as mensagens de Deus para as pessoas. (2 Pedro 1:21)

A palavra profetizar, no Antigo Testamento, é nãbã, isto é, a função do verdadeiro profeta quando ele fala a mensagem de Deus para o povo sob a influência do Espírito Divino (1 Rs 22.8; Jr 29.27; Ez 37.10).

No Novo Testamento, a palavra grega para profecia é propheteia, formada de dois termos, depro, que significa “adiante”, “antecipado” e phemi, “falar”.

Assim, nesses termos, profecia significa a declaração do que se não conhece por meios naturais (Mt 26.68).

É portanto, a descrição antecipada da vontade de Deus, quer com referência ao passado, presente e futuro (Gn 20.7; Dt 18.18; Ap 10.11; 11.3).

Profetizar, no grego, se resume numa palavra, propheteiiein, que significa “falar em nome de alguém, em favor de alguém”. O dom de profecia é um dom especial, em que seu portador transmite uma mensagem para a igreja ou para alguém, na inspiração do Espírito Santo. Não pode ser uma mensagem humana, pessoal da parte do que a transmite.

 

O CUIDADO COM O DOM!

 


 
É necessário cuidar com as distorções que podem ocorrer na transmissão da mensagem profética, na igreja de hoje.

Diz a Bíblia: O profeta que teve um sonho, que conte o sonho; e aquele em quem está a minha palavra, que fale a minha palavra, com verdade. Que tem a palha com o trigo? diz o Senhor” (Jr 23.28). Não deve haver mistura da “palha” das “profetadas”, que ocorrem aqui e ali, em certas igrejas, com o genuíno “trigo” da verdadeira profecia, transmitida por um servo ou serva de Deus, pela inspiração do Espírito Santo.

Segundo Raymond Carlson, A profecia, no Novo Testamento, que difere de uma pregação comum, é uma manifestação sobrenatural, dada para edificação, exortação e consolação.

Lendo 1 Coríntios 14:30, entendemos que o dom é dado por revelação através do Espírito”.

Uma pregação pode ter caráter profético, mas nem toda pregação é profecia.

Raymond Carlson diz que a profecia, “como seu homônimo dom de línguas, tem de conter elementos de revelação, conhecimento e doutrina”.

Sem dúvida, a profecia resulta de revelação espiritual e de conhecimento, concedido por Deus.

Mas não pode trazer nova doutrina, pois tudo o que consta na Bíblia é a Palavra de Deus, suficiente e necessária para nossa edificação.

 

Quando o autor citado diz que a profecia deve conter doutrina, certamente quer dizer que ela tem que ter fundamento doutrinário ou bíblico. Portanto, a profecia não pode acrescentar nada à Bíblia.

 

FINALIDADE DO DOM DE PROFECIA


Como todos os demais dons espirituais, o de profecia tem propósitos especiais da parte de Deus para a Igreja de Jesus Cristo. Por isso, deve estar conforme a Palavra de Deus.

“Mas a manifestação do Espírito é dada a cada um para o que for útil” (1 Co 12.7).

Portanto, de maneira bem clara e até didática, o dom de profecia tem três finalidades básicas, em proveito da igreja:

“Mas o que profetiza fala aos homens para edificação, exortação e consolação” (1 Co 14.3).

Vejamos então a seguir as finalidades do dom:

1. EDIFICAÇÃO

A vontade do espírito santo

Assim como um edifício de pedras é edificado pouco a pouco, com a união dos elementos materiais, com a argamassa própria, da mesma forma, os crentes em Jesus são “edifício de Deus” (1 Coríntios 3:9).

A formação espiritual de um discípulo de Jesus começa com a conversão, mas não para no discipulado inicial. Deve continuar por toda a vida, pouco a pouco, o ensino da Palavra e da doutrina do Senhor vai construindo o caráter cristão no crente. Mas, às vezes, é necessária uma mensagem especial ou específica para alguém ou para toda a congregação. E aí que Deus usa um profeta para transmitir uma mensagem da parte de Deus, visando corrigir ou colocar “no prumo”, ou “no nível”, alguma área da edificação espiritual.

Pastores são “serventes” ou “servidores” do supremo Arquiteto ou Construtor, que é Cristo.

2. EXORTAÇÃO

Exortar tem o sentido de “chamar para fora”, para orientar, ajudar e ensinar.

Deriva da palavra grega parakalao, que tem o sentido de confortar, inspirar, defender e guiar.

Exortar não tem o sentido distorcido, entendido por alguns, de que significa ameaçar, intimidar, ou causar pavor, na igreja.

O verbo grego parakalao tem origem em outra palavra de muito significado, Paracleto, que significa Consolador, título dado ao Espírito Santo (Jo 14.16; 15.26).

Por isso, Paulo ensina que quem exorta deve fazê-lo “com toda a longanimidade e doutrina” (2 Tm 4.2).

A EXORTAÇÃO VERDADEIRA ZELA PELA BÍBLIA

 

 Uma mensagem profética ajuda a entender como aplicar a Profecia Maior, que é a Bíblia Sagrada, para os dias presentes. Sem o ensino da Palavra de Deus e da mensagem profética, há uma tendência para a ocorrência de desvios de conduta e distorções perigosas no meio das igrejas locais.

Diz Provérbios: “Não havendo profecia, o povo se corrompe…” (Pv 29.18).

As inovações e modismos têm tomado conta de muitos redutos pentecostais.

A chamada “teologia da prosperidade” tem causado grandes estragos, com sua filosofia utilitarista dos dons e da Palavra de Deus.

O evangelho antropocêntrico tem dado ao homem a primazia nas decisões e ensinamentos de muitos líderes. Aberrações teológicas ou práticas estranhas têm ocorrido, em certas igrejas.

A “unção do riso”, “a unção do leão”, “a urina ungida”, inventada por determinada igreja (os crentes saíram urinando, nas esquinas e ruas de uma cidade, para “marcar território”), para o pecado diminuir. São ensinos heréticos, que têm grande aceitação no meio de igrejas e atraem muitos crentes que não conhecem a Palavra de Deus.

Deus disse, no Antigo Testamento:

 

“O meu povo foi destruído, porque lhe faltou o conhecimento; porque tu rejeitaste o conhecimento…” (Os 4.6). Portanto, essa palavra aplica-se de modo bem atual, ao que está ocorrendo no meio dos evangélicos.

 

 

 

 

3. CONSOLAÇÃO

PREGAÇÃO NARRATIVA

O Espírito Santo é também chamado de “outro Consolador” (Jo 14.16).

Ele é o parakleto prometido por Cristo, por isso, também usa o dom de profecia, para transmitir mensagens de consolação aos servos de Deus. Já vimos que o verbo parakaleo significa consolar, confortar. E o que podemos ver em Barnabé, amigo de Paulo (At 4.36; ver Rm 15-4,5; 1 Co 14.3; 2 Co 1.3,4-7)).

Consolação vem deparaklesis e tem o sentido de “consolar”, “dar alegria”, dar “paz”.

 

Paulo diz que todos os crentes podem profetizar (se Deus conceder tal dom), visando a consolação da igreja:

“Porque todos podereis profetizar, uns depois dos outros, para que todos aprendam e todos sejam consolados” (1 Co 14.31).

Mas muitas vezes, infelizmente, o zelo exagerado de alguns ministros, com a palavra e as normas da igreja local faz com ele se torne agressivo, intolerante e radical. E esquecem que, no meio da congregação, há dezenas de pessoas que estão experimentando momentos difíceis e dolorosos em suas vidas. E estão precisando mais do que nunca de ouvir uma palavra de consolação.

A exortação é necessária, mas, fazer uso do púlpito para chicotear as ovelhas, indiscriminadamente, é falta do espírito de consolação.

O Espírito Santo é o mesmo, Ele consolava no Antigo Testamento (SI 23.4; Is 51-12) e continua consolando na Dispensação da Graça (2 Co 1.4; 7.6).

O Dom de Profecia, portanto, serve para falarmos sobrenaturalmente aos homens, assim como o Dom de Línguas serve para falarmos sobrenaturalmente a Deus.

ERROS QUE DEVEM SER EVITADOS SOBRE A PROFECIA

1. USAR A PROFECIA PARA GUIAR A IGREJA

A mensagem através do dom de profecia tem como finalidade: “exortação, edificação e consolação” (1 Co 14.3).

 

Portanto, não tem por objetivo guiar ou direcionar a administração da igreja local. A Bíblia Sagrada, a Profecia por excelência, é o manual da Igreja e tem todas as orientações sobre a administração espiritual, humana e material da igreja cristã. Vemos, em Atos 13.1-3, que, quando Deus quis enviar missionário, o Espírito Santo se dirigiu aos líderes, como Barnabé, Simeão (Níger), Lúcio de Cirene, Manaén e Saulo. Não se dirigiu a “um profeta” em particular.

 

2. USAR O DOM DE PROFECIA COMO UM ORÁCULO

Tendo em vista a finalidade da profecia, não é correto o crente só fazer as coisas se consultar um profeta. Essa prática tem endeusado irmãos ou irmãs, a quem Deus deu o dom, para se tomarem verdadeiros “gurus” de determinadas pessoas. Há exemplos de profetas, nas igrejas, cujo lar se transformou em lugar de verdadeira romaria. Há, até os que estão profetizando para receber ofertas dos que lhe procuram. 

 

 

Deus pode usar, e tem usado, homens e mulheres para consolar e orientar casos específicos de pessoas que precisam de uma palavra específica para eles. Mas, é preciso cuidado, porque a profecia é para o proveito da igreja e não de domínio particular.

 

3. USAR O DOM DE PROFECIA COMO FONTE DE DOUTRINA

É completamente errado e contraria a Palavra de Deus, pois a fonte por excelência de doutrina é a Palavra de Deus. Portanto, nenhuma profecia pode acrescentar ou retirar o que já foi revelado nas Sagradas Escrituras. Pois, quem o fizer, incorre no perigo de ser punido por Deus, (Ap 22.18,19).

4. USAR O DOM DE PROFECIA DE FORMA DESCONTROLADA

 

 

O dom de profecia deve ser usado, na igreja, com decência e ordem.

 

Diz Paulo: “Portanto, irmãos, procurai, com zelo, profetizar e não proibais falar línguas. Mas faça-se tudo decentemente e com ordem” (1 Co 14.39, 40).

A igreja em Corinto, como já vimos, possuía todos os dons, operando em seu meio. Talvez por isso, houve que se achasse mais importante ou santo do que os outros que não possuíam dons, e achavam-se no direito de usar os dons como bem entendessem. Por isso, o apóstolo exortou quanto à necessidade de ordem e decência no culto.

 

segunda-feira, 14 de março de 2022

O CENÁRIO PROPRÍCIO PARA O FALSO PROFETA E O ANTICRISTO (A besta, o falso profeta e a idolatria política)

 


A besta que subiu do mar

 “E eu pus-me sobre a areia do mar e vi subir do mar uma besta que tinha sete cabeças e dez chifres, e, sobre os chifres, dez diademas, e sobre as cabeças, um nome de blasfêmia” (Ap 13.1).

 

Besta significa animal irracional, feroz; um monstro! Isto refere-se à personalidade do anticristo, um homem com poder vindo de Satanás. Seu governo terá um período de sete anos. Nos primeiros três anos e meio, para enganar as pessoas fará um governo de coalizão, de assistencialismo; política de boa vizinhança! Porém, nos últimos três anos e meio, se revelará um bárbaro ditador tirano muito cruel: “A esse cuja vinda é segundo a eficácia de Satanás, com todo o poder, e sinais, e prodígios de mentira” (2ªTs 2.9).  “A besta subiu do mar”. Mar, águas, significa “povos, e multidões, e nações, e línguas” (Ap 17.15). Ou seja, um homem, um político eleito pelo povo. Nas profecias, o anticristo é “a ponta pequena” (Dn 7.8,21,25; 8.9-12,24,25); e “o príncipe que há de vir” (Dn 9.26,27; 11.36,37). No Novo Testamento ele é “o homem do pecado, o filho da perdição” (2ªTs 2.3,4). No livro de Apocalipse ele é o primeiro cavaleiro montando um cavalo branco (Ap 6.2); e a besta que sobe do mar (Ap 13.1). O segundo cavaleiro montando um cavalo branco, de Apocalipse 19, é o Senhor Jesus (Ap 19.11-16). 

 

Enquanto a igreja, que possui o Espírito Santo, estiver na terra, evangelizando, orando, batizando, expulsando demônios, o anticristo não pode manifestar-se. Mas, a partir do momento em que o Senhor arrebatar a igreja, será liberado o mundo para o iníquo exercer seu governo: “E, agora, vós sabeis o que o detém, para que a seu próprio tempo seja manifestado. Porque já o mistério da injustiça opera; somente há um que, agora, resiste até que do meio seja tirado; e, então, será revelado o iníquo, a quem o Senhor desfará pelo assopro da sua boca e aniquilará pelo esplendor da sua vinda” (2ªTs 2.6-8). 

 


 O anticristo presidirá os países mais poderosos do mundo. Assinará um tratado de paz, ajudará Israel construir o terceiro templo, mas quebrará o acordo: “E ele firmará um concerto com muitos por uma semana; e, na metade da semana, fará cessar o sacrifício e a oferta de manjares; e sobre a asa das abominações virá o assolador, e isso até à consumação; e o que está determinado será derramado sobre o assolador” (Dn 9.27).

 

O anticristo se assentará no lugar santo no templo dos judeus, e exigirá adoração a ele: “O qual se opõe e se levanta contra tudo o que se chama Deus ou se adora; de sorte que se assentará, como Deus, no templo de Deus, querendo parecer Deus” (2Ts 2.4). “E proferirá palavras contra o Altíssimo, e destruirá os santos do Altíssimo, e cuidará em mudar os tempos e a lei; e eles serão entregues nas suas mãos por um tempo, e tempos, e metade de um tempo” (Dn 7.25). Estes “um tempo e tempos e metade de um tempo” são os últimos três anos e meio dos sete anos. Estas assolações serão tão severas que Jesus se referiu a elas como sendo um tempo de grande desolação (Mt 24.15-25; Mc 13.14-22; Lc 21.20-24). O tempo da igreja, da salvação pela graça está se esgotando. Até o arrebatamento! Prepare-se, Jesus está vindo arrebatar sua igreja!

A besta que subiu da terra

 

E vi subir da terra outra besta, e tinha dois chifres semelhantes aos de um cordeiro; e falava como o dragão. Apocalipse 13:11. O Apóstolo João nos apresenta ainda outra besta, diferente da primeira esta não dominava os homens com seu poderio político, mas com a religião. E a besta foi presa, e com ela o falso profeta, que diante dela fizera os sinais, com que enganou os que receberam o sinal da besta, e adoraram a sua imagem. Apocalipse 19:20. Engana-se os que pensam que o objetivo máximo de Satanás é destruir a religião, extingui-la da face da terra. Engana-se, mais ainda, aqueles que creem que retirar o culto à divindade da sociedade é a demonstração máxima da evolução humana ou que, inevitavelmente, todos abandonaremos as “práticas primitivas”. O ser humano é um ser religioso, substitua Deus por qualquer outro propósito ou objetivo e você tem a sua religião. Compreendendo, mesmo que superficialmente, esta questão somos capazes de entender um pouco mais os versos seguintes da profecia do Apóstolo João.

Após apresentar a figura da segunda besta, ou o falso profeta, João declara que o seu propósito e objetivo será enganar os habitantes da terra para que eles adorem à imagem da primeira besta, estabelecendo a pena de morte aos que desobedecerem. Ao longo da história inúmeros arquétipos do anticristo se levantaram, desde os imperadores romanos, até figuras como Adolf Hitler ou Stalin. E sabendo o que aconteceu no passado conseguimos projetar, mesmo que imprecisamente, o futuro. Insira na mesma equação poderio político e militar, adicione um pouco de humanismo e encontramos o cenário perfeito para que o espírito do anticristo se desenvolva. A besta que subia do mar era imponente, poderosa, ninguém podia batalhar contra ela. Por sua vez, a besta que subia da terra enganava os homens com sinais, prodígios e maravilhas (v. 13), conduzindo os homens à adoração do anticristo, adoração ao homem, ao seu poder, à sua glória e aos seus feitos.


 
Retire Deus da equação e o ser humano passará a adorar e venerar qualquer outra coisa, a ciência, o poder, o dinheiro, os prazeres, o Estado ou, em casos evidentes de uma entrega completa e desmedida ao sistema do anticristo, adorarão aos políticos (será que isso não te lembra alguma coisa?!). Aqui há sabedoria. Aquele que tem entendimento, calcule o número da besta; porque é o número de um homem, e o seu número é seiscentos e sessenta e seis. Ao contrário da direção seguida por muitos, o número da besta apresentado pelo Apóstolo não se trata simplesmente de uma sequência numérica, de um código de barras, muito menos de um microchip. Da mesma forma que há homens que têm “assinalado nas [suas] testas [a identificação dos] servos do nosso Deus” (Apocalipse 7:3 — Leia também Ezequiel 9:3–5), haverá também aqueles que receberão, da besta, “um sinal na sua mão direita, ou nas suas testas” (Apocalipse 13:16).

A marca da besta apresentada pelo Apóstolo João é resultado direto da submissão e adoração dos homens à imagem da besta. Trata-se de uma ação consciente e voluntária ao sistema instaurado pelo anticristo e pelo falso profeta. Portanto, a recepção coletiva do anticristo, a adoração à sua imagem e a aceitação da identificação que assinala os simpatizantes de seu sistema político-religioso representa a última e fracassada tentativa do coração humano em seu intento perverso de se edificar, tocar os céus e de fazer um nome para si (Gênesis 11:4).

Idolatria Política

Aqui inserimos o elemento final, a idolatria política. Ao contrário do que muitas vezes imaginamos, o anticristo não tomará o poder à força, não subirá ao controle através de artifícios militares ou através de uma sangrenta batalha. O cenário que o Apóstolo João nos apresenta não apenas nos revela essa verdade, mas também nos alerta para uma realidade ignorada por grande parte da cristandade. E adoraram o dragão que deu à besta o seu poder; e adoraram a besta, dizendo: Quem é semelhante à besta? Quem poderá batalhar contra ela?

Apocalipse 13:4

O mundo não apenas aceitará a figura do Anticristo, mas o adorará, exaltará suas façanhas e capacidades. Não será apenas um líder político, mas a cabeça de um movimento religioso. Neste aspecto, a adoração cega a políticos (até mesmo dentro do cristianismo) chega soar terrivelmente pecaminosa. Projetar sobre uma figura política a imagem de um messias escatológico que salvará a Nação de uma destruição iminente nada mais é do que se curvar na areia da praia diante das duas bestas.

 

O mais assombroso, no entanto, é que estamos assistindo ao ensaio, a preparação para o ato final da história humana que será interpretado não apenas pelos poderes estatais e pelas figuras políticas, mas também, e lamentavelmente, por uma grande parcela daqueles que professam o cristianismo. O que afirmo, contudo, não é que devemos nos retirar das esferas públicas ou que devemos limitar nossa atuação cristã ao contexto privado e ao culto religioso. Pelo contrário!  Dirijo-me aos que, cegamente, abraçaram a figura de um político como sendo a própria figura de Deus, o representante da verdade, a própria encarnação divina e é aqui que se encontra o sinal que, anos a fio, temos desprezado e que de maneira inequívoca apresenta e nos aponta o desenrolar da preparação para o fim.

Ao tratar sobre a vinda de Cristo e a manifestação do anticristo o Apóstolo Paulo nos apresenta dois sinais claros que nos indicaria a proximidade do fim: a apostasia e a operação do mistério da injustiça (2 Tessalonicenses 2:3, 7). O mundo não vai melhorar, a Igreja não triunfará conquistando os montes e promovendo uma purificação espiritual e moral.

 

Paulo é enfático ao escrever “Ninguém de maneira alguma vos engane; porque não será assim se que antes venha a apostasia” (2 Tessalonicenses 2:3).

O afastamento da verdade e o abandono da fé em paralelo com a operação da iniquidade são sinais claros do fim e quer uma evidência inequívoca de apostasia senão a substituição da figura do Cordeiro de Deus pela deificação de uma figura ideológica política?