segunda-feira, 14 de março de 2022

O CENÁRIO PROPRÍCIO PARA O FALSO PROFETA E O ANTICRISTO (A besta, o falso profeta e a idolatria política)

 


A besta que subiu do mar

 “E eu pus-me sobre a areia do mar e vi subir do mar uma besta que tinha sete cabeças e dez chifres, e, sobre os chifres, dez diademas, e sobre as cabeças, um nome de blasfêmia” (Ap 13.1).

 

Besta significa animal irracional, feroz; um monstro! Isto refere-se à personalidade do anticristo, um homem com poder vindo de Satanás. Seu governo terá um período de sete anos. Nos primeiros três anos e meio, para enganar as pessoas fará um governo de coalizão, de assistencialismo; política de boa vizinhança! Porém, nos últimos três anos e meio, se revelará um bárbaro ditador tirano muito cruel: “A esse cuja vinda é segundo a eficácia de Satanás, com todo o poder, e sinais, e prodígios de mentira” (2ªTs 2.9).  “A besta subiu do mar”. Mar, águas, significa “povos, e multidões, e nações, e línguas” (Ap 17.15). Ou seja, um homem, um político eleito pelo povo. Nas profecias, o anticristo é “a ponta pequena” (Dn 7.8,21,25; 8.9-12,24,25); e “o príncipe que há de vir” (Dn 9.26,27; 11.36,37). No Novo Testamento ele é “o homem do pecado, o filho da perdição” (2ªTs 2.3,4). No livro de Apocalipse ele é o primeiro cavaleiro montando um cavalo branco (Ap 6.2); e a besta que sobe do mar (Ap 13.1). O segundo cavaleiro montando um cavalo branco, de Apocalipse 19, é o Senhor Jesus (Ap 19.11-16). 

 

Enquanto a igreja, que possui o Espírito Santo, estiver na terra, evangelizando, orando, batizando, expulsando demônios, o anticristo não pode manifestar-se. Mas, a partir do momento em que o Senhor arrebatar a igreja, será liberado o mundo para o iníquo exercer seu governo: “E, agora, vós sabeis o que o detém, para que a seu próprio tempo seja manifestado. Porque já o mistério da injustiça opera; somente há um que, agora, resiste até que do meio seja tirado; e, então, será revelado o iníquo, a quem o Senhor desfará pelo assopro da sua boca e aniquilará pelo esplendor da sua vinda” (2ªTs 2.6-8). 

 


 O anticristo presidirá os países mais poderosos do mundo. Assinará um tratado de paz, ajudará Israel construir o terceiro templo, mas quebrará o acordo: “E ele firmará um concerto com muitos por uma semana; e, na metade da semana, fará cessar o sacrifício e a oferta de manjares; e sobre a asa das abominações virá o assolador, e isso até à consumação; e o que está determinado será derramado sobre o assolador” (Dn 9.27).

 

O anticristo se assentará no lugar santo no templo dos judeus, e exigirá adoração a ele: “O qual se opõe e se levanta contra tudo o que se chama Deus ou se adora; de sorte que se assentará, como Deus, no templo de Deus, querendo parecer Deus” (2Ts 2.4). “E proferirá palavras contra o Altíssimo, e destruirá os santos do Altíssimo, e cuidará em mudar os tempos e a lei; e eles serão entregues nas suas mãos por um tempo, e tempos, e metade de um tempo” (Dn 7.25). Estes “um tempo e tempos e metade de um tempo” são os últimos três anos e meio dos sete anos. Estas assolações serão tão severas que Jesus se referiu a elas como sendo um tempo de grande desolação (Mt 24.15-25; Mc 13.14-22; Lc 21.20-24). O tempo da igreja, da salvação pela graça está se esgotando. Até o arrebatamento! Prepare-se, Jesus está vindo arrebatar sua igreja!

A besta que subiu da terra

 

E vi subir da terra outra besta, e tinha dois chifres semelhantes aos de um cordeiro; e falava como o dragão. Apocalipse 13:11. O Apóstolo João nos apresenta ainda outra besta, diferente da primeira esta não dominava os homens com seu poderio político, mas com a religião. E a besta foi presa, e com ela o falso profeta, que diante dela fizera os sinais, com que enganou os que receberam o sinal da besta, e adoraram a sua imagem. Apocalipse 19:20. Engana-se os que pensam que o objetivo máximo de Satanás é destruir a religião, extingui-la da face da terra. Engana-se, mais ainda, aqueles que creem que retirar o culto à divindade da sociedade é a demonstração máxima da evolução humana ou que, inevitavelmente, todos abandonaremos as “práticas primitivas”. O ser humano é um ser religioso, substitua Deus por qualquer outro propósito ou objetivo e você tem a sua religião. Compreendendo, mesmo que superficialmente, esta questão somos capazes de entender um pouco mais os versos seguintes da profecia do Apóstolo João.

Após apresentar a figura da segunda besta, ou o falso profeta, João declara que o seu propósito e objetivo será enganar os habitantes da terra para que eles adorem à imagem da primeira besta, estabelecendo a pena de morte aos que desobedecerem. Ao longo da história inúmeros arquétipos do anticristo se levantaram, desde os imperadores romanos, até figuras como Adolf Hitler ou Stalin. E sabendo o que aconteceu no passado conseguimos projetar, mesmo que imprecisamente, o futuro. Insira na mesma equação poderio político e militar, adicione um pouco de humanismo e encontramos o cenário perfeito para que o espírito do anticristo se desenvolva. A besta que subia do mar era imponente, poderosa, ninguém podia batalhar contra ela. Por sua vez, a besta que subia da terra enganava os homens com sinais, prodígios e maravilhas (v. 13), conduzindo os homens à adoração do anticristo, adoração ao homem, ao seu poder, à sua glória e aos seus feitos.


 
Retire Deus da equação e o ser humano passará a adorar e venerar qualquer outra coisa, a ciência, o poder, o dinheiro, os prazeres, o Estado ou, em casos evidentes de uma entrega completa e desmedida ao sistema do anticristo, adorarão aos políticos (será que isso não te lembra alguma coisa?!). Aqui há sabedoria. Aquele que tem entendimento, calcule o número da besta; porque é o número de um homem, e o seu número é seiscentos e sessenta e seis. Ao contrário da direção seguida por muitos, o número da besta apresentado pelo Apóstolo não se trata simplesmente de uma sequência numérica, de um código de barras, muito menos de um microchip. Da mesma forma que há homens que têm “assinalado nas [suas] testas [a identificação dos] servos do nosso Deus” (Apocalipse 7:3 — Leia também Ezequiel 9:3–5), haverá também aqueles que receberão, da besta, “um sinal na sua mão direita, ou nas suas testas” (Apocalipse 13:16).

A marca da besta apresentada pelo Apóstolo João é resultado direto da submissão e adoração dos homens à imagem da besta. Trata-se de uma ação consciente e voluntária ao sistema instaurado pelo anticristo e pelo falso profeta. Portanto, a recepção coletiva do anticristo, a adoração à sua imagem e a aceitação da identificação que assinala os simpatizantes de seu sistema político-religioso representa a última e fracassada tentativa do coração humano em seu intento perverso de se edificar, tocar os céus e de fazer um nome para si (Gênesis 11:4).

Idolatria Política

Aqui inserimos o elemento final, a idolatria política. Ao contrário do que muitas vezes imaginamos, o anticristo não tomará o poder à força, não subirá ao controle através de artifícios militares ou através de uma sangrenta batalha. O cenário que o Apóstolo João nos apresenta não apenas nos revela essa verdade, mas também nos alerta para uma realidade ignorada por grande parte da cristandade. E adoraram o dragão que deu à besta o seu poder; e adoraram a besta, dizendo: Quem é semelhante à besta? Quem poderá batalhar contra ela?

Apocalipse 13:4

O mundo não apenas aceitará a figura do Anticristo, mas o adorará, exaltará suas façanhas e capacidades. Não será apenas um líder político, mas a cabeça de um movimento religioso. Neste aspecto, a adoração cega a políticos (até mesmo dentro do cristianismo) chega soar terrivelmente pecaminosa. Projetar sobre uma figura política a imagem de um messias escatológico que salvará a Nação de uma destruição iminente nada mais é do que se curvar na areia da praia diante das duas bestas.

 

O mais assombroso, no entanto, é que estamos assistindo ao ensaio, a preparação para o ato final da história humana que será interpretado não apenas pelos poderes estatais e pelas figuras políticas, mas também, e lamentavelmente, por uma grande parcela daqueles que professam o cristianismo. O que afirmo, contudo, não é que devemos nos retirar das esferas públicas ou que devemos limitar nossa atuação cristã ao contexto privado e ao culto religioso. Pelo contrário!  Dirijo-me aos que, cegamente, abraçaram a figura de um político como sendo a própria figura de Deus, o representante da verdade, a própria encarnação divina e é aqui que se encontra o sinal que, anos a fio, temos desprezado e que de maneira inequívoca apresenta e nos aponta o desenrolar da preparação para o fim.

Ao tratar sobre a vinda de Cristo e a manifestação do anticristo o Apóstolo Paulo nos apresenta dois sinais claros que nos indicaria a proximidade do fim: a apostasia e a operação do mistério da injustiça (2 Tessalonicenses 2:3, 7). O mundo não vai melhorar, a Igreja não triunfará conquistando os montes e promovendo uma purificação espiritual e moral.

 

Paulo é enfático ao escrever “Ninguém de maneira alguma vos engane; porque não será assim se que antes venha a apostasia” (2 Tessalonicenses 2:3).

O afastamento da verdade e o abandono da fé em paralelo com a operação da iniquidade são sinais claros do fim e quer uma evidência inequívoca de apostasia senão a substituição da figura do Cordeiro de Deus pela deificação de uma figura ideológica política?

 

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