"Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem" (Lc 23:34).
Quando o Senhor Jesus entregou-Se
para pagar o preço dos nossos pecados, Ele foi humilhado, julgado, torturado e
finalmente crucificado. Padecendo todo o sofrimento da Cruz, Ele proferiu SETE
PALAVRAS que são as conhecidas “Sete Palavras da Cruz de Cristo”, que foram as
Suas palavras finais, e que são de grande preciosidade e edificação para todos
os crentes, pois nos revelam todo o Seu amor, abnegação, soberania, a consumação
de Sua obra redentora, sua entrega total nas mãos do Pai eterno, e todo o
sofrimento físico, emocional, e espiritual que Ele passou por nós.
Ao proferir as Sete Palavras, o
Senhor Jesus já estava crucificado. Até chegar esse momento Ele foi traído,
preso e julgado durante a madrugada. Ao amanhecer o dia ele foi condenado,
chicoteado, humilhado, crucificado e morreu por volta da hora nona (+/- 15h00).
Antes de ser crucificado os soldados colocaram nEle uma coroa de espinhos e
fizeram-No carregar aquela Cruz pesada, que era nossa, por um longo caminho até
chegar ao Monte Calvário (“Monte da Caveira”). Ali Ele foi pregado na Cruz, e
levantado sobre o madeiro. Ele sangrava terrivelmente e padecia dores
terríveis, lancinantes, quando proferiu essas Sete Palavras. Dores que não eram
apenas físicas, mas principalmente dores espirituais, pois ali, sobre Ele,
foram colocados todos os nossos pecados, e Ele pagou por cada um dos pecados de
Seu povo.
1ª PALAVRA “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem
o que fazem.” Lucas 23:34.
O nosso Senhor, padecendo todo
aquele sofrimento, dor e humilhação, deu-nos aqui duas lições preciosas:
1.1 - O valor do perdão: Ele perdoa seus algozes mesmo sofrendo
tudo o que Ele sofreu. Quão diferente de nós... Ele perdoou aqueles que O
feriram e O humilhavam. Em Mateus 27:27-31; 38-44 temos uma noção do que ele
passava naquele exato momento.
E a resposta de Jesus é: “Pai,
perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem.”
1.2 - Ele é o intercessor eterno: A Bíblia nos diz em Rm 8:34 e em
diversos outros textos, que o Senhor Jesus é o nosso intercessor eterno: “Quem
é que condena? Pois é Cristo quem morreu, ou antes quem ressuscitou dentre os
mortos, o qual está à direita de Deus, e também intercede por nós.”
“Filhinhos meus, estas coisas vos
escrevo para que não pequeis. Se, todavia, alguém pecar, temos Advogado junto
ao Pai, Jesus Cristo, o Justo.” 1 João 2:1.
1.2.1 - Ele intercede por nós: Notemos que Ele intercedeu por Seus
próprios opressores, quanto mais O fará aos Seus próprios discípulos? Sim! É
isso mesmo, apesar de sermos tão imperfeitos e frágeis o Senhor intercede por
nós. Sabe o que isso significa? Que nada poderá nos separar dEle, nem o mundo,
nem o inimigo, nem nossos defeitos, nem nós mesmos. Nós temos um intercessor, e
só Ele pode interceder.
1.2.2 - Precisamos praticar o seu mandamento de Mt 5:44: Temos
cumprido essa ordem que Ele nos deu? Temos sido seus imitadores? Não é fácil,
mas, é uma ordem, e essa ordem precisa ser cumprida. Ele próprio a cumpriu para
dar-nos o exemplo.
2ª PALAVRA : “Em verdade te digo que hoje
estarás comigo no Paraíso.” Lucas 23:43.
Como sabemos o Senhor Jesus foi crucificado entre dois ladrões. Ali estava Ele humilhado em todos os sentidos, e ainda mais, contado entre dois transgressores, justo Ele que nada fez para merecer estar ali naquela cruz. E é nessa condição que se trava uma breve discussão entre os dois ladrões e Jesus. O primeiro ladrão a falar com Jesus é o modelo do sujeito incrédulo, rebelde e zombador. Blasfemando Ele se dirige a Jesus com palavras semelhantes às daqueles que, em terra, blasfemaram. Como que concordando com eles, diz: “Se tu és o Cristo, salva-te a ti mesmo, e a nós.” Lc 23:39b.
Esse modo de falar é bem semelhante a alguns setores do cristianismo hodierno, pois trata Cristo de um modo bem desafiador: “SE tu és os Cristo” faz isto e isto. Como uma certa pessoa disse recentemente: “se o teu deus não funciona então troque de deus”. Ou como uma certa denominação tornou-se famosa por propalar a seguinte frase: “hoje colocaremos deus na parede.” (Note que eu mencionei “deus” em letras minúsculas, pois certamente não é do nosso Deus todo-poderoso revelado na Bíblia Sagrada a que essas pessoas se referem).
“Respondendo, porém, o outro,
repreendia-o, dizendo: Tu nem ainda temes a Deus, estando na mesma condenação?
E nós, na verdade, com justiça, porque recebemos o que os nossos feitos
mereciam; mas este nenhum mal fez.”
Notemos aqui algumas coisas muito
interessantes que ele fez:
- repreendeu o ladrão
blasfemador;
- demonstra temor de Deus;
- reconhece que Jesus é o próprio
Deus;
- reconhece que merece estar naquela
condição por causa de seus atos;
- demonstra confiança na
inocência de Jesus.
Mas pelo visto ele não quis
seguir os ensinamentos de Jesus e aqui vemos onde ele chegou. Assim também
muitos hoje estão longe dos caminhos do Senhor, desviados da verdade que
ouviram e aprenderam, mas não quiseram seguir. É impressionante a quantidade de
crentes desviados vivendo nas ruas, nas drogas, no crime, nos presídios...
Mas nesse dia ele reconheceu
Jesus, lembrou-se das mensagens, dos sinais, das vidas transformadas, das
maravilhas que Ele falou e fez. E então é tocado pela graça majestosa de Deus e
diz para o Senhor: “Senhor, lembra-te de mim, quando entrares no teu reino.” Lc
23:42b.
É um pedido humilde e simples,
que o Senhor o leve para o Seu reino eterno. Ele não pediu a libertação da cruz
(bênçãos terrenas), como o fizera o primeiro ladrão, mas pede a benção da
salvação eterna. E recebe! A consoladora resposta de Jesus no vs. 43 é: “Em verdade te digo
que hoje estarás comigo no Paraíso.”
Jesus está cumprindo uma promessa
que Ele fizera: “Todo
o que o Pai me dá virá a mim; e o que vem a mim de maneira nenhuma o lançarei
fora.” João 6:37.
Ele dá certeza do que diz. Não é
“talvez”, “um dia”, “num lugar intermediário”. Mas é “hoje”, “verdadeiramente”,
“estarás comigo”.
Aprendemos aqui pelo menos quatro
lições fundamentais acerca da nossa salvação.
2.1 - A humanidade representada perante o Salvador: Encontramos
esses dois tipos de pessoas falando com Jesus. O incrédulo blasfemo e
endurecido pecador, tristemente destinado ao inferno de fogo. E o pecador
arrependido, confesso, pronto para receber a salvação eterna. De qual dos dois
grupos você faz parte?
2.2 - O grande amor de Jesus pelo pecador arrependido : O Senhor
não disse palavra alguma para primeiro ladrão, este não obteve resposta alguma
do Senhor. No entanto o pecador arrependido, alvo do amor e da graça divina,
recebe de Jesus a certeza da salvação. Que grande e sublime amor o Senhor tem
por todo aquele que se arrepende de seus pecados. Se você está com o coração
duro, busque o lugar de arrependimento no Senhor.
2.3 - O perdão incondicional após
a confissão sincera: O Senhor não fez menção alguma da vida pregressa que desse
homem, não houve nenhuma acusação ou exigência. Ele foi sincero em sua
confissão e recebeu o perdão incondicional do Senhor. Não importam quais sejam
os seus pecados, não importa como você se encontra hoje, confesse com sinceridade
os seus pecados e creia que o Senhor lhe perdoará todos os pecados.
2.4 - A certeza da vida e da morte eterna: O Senhor Jesus deu
certeza para aquele homem de que após a sua morte ele estaria com Jesus no
paraíso. Não há um tempo antes dele ir para o céu, e também não há um lugar
antes do céu. Essa é a nossa certeza, de que assim que formos chamados
estaremos com o Senhor na glória celestial. Mas assim como o céu é uma certeza
para o crente, para os incrédulos está reservado “fogo eterno” conforme Mateus
25:41. Se o segundo ladrão, arrependido foi salvo, o que resta para o primeiro
ladrão, blasfemo e endurecido por seu pecado?
3ª PALAVRA - "Mulher, eis aí teu filho”...
“Eis aí tua mãe”. (Jo 19:26-17).
As três primeiras palavras da
cruz de Cristo revelam o Seu amor e compaixão para com as pessoas, agora, estaremos refletindo na terceira palavra, que
na verdade está dividida em duas partes, a primeira delas é dirigida a Maria e
a segunda a João, o “discípulo amado”.
Este “discípulo amado” é João o
próprio autor do Evangelho de João. Em todo o Evangelho de João sempre
encontramos essa expressão “discípulo amado” que certamente foi um meio que João
escolheu para referir-se a si mesmo. Essa expressão não deve ser interpretada
como se ele fosse um tipo de "servo predileto". Deus não tem servos
prediletos, ele não nos vê assim. Certamente Ele tem Seus escolhidos para
determinadas tarefas, isso é claro. Mas o que se nota nos 12 é que João era um
daqueles que andava mais próximo de Jesus. Assim também o Senhor Jesus nos diz
que Deus PROCURA os verdadeiros adoradores, que O adorem em espírito e em
verdade (João 4:23).
O vs. 25 nos diz que algumas
pessoas estavam ali ao pé da cruz de Cristo nos momentos finais de sua vida.
Jesus vê sua mãe e ao lado dela o discípulo João. Nesse momento Ele se preocupa
o futuro deles, o que nos sugere que Maria provavelmente fosse viúva. Não há
nenhuma menção ao nome de José, por isso que tornou-se firme essa ideia.
A primeira parte dessa palavra de
Cristo é dirigida a Maria: “Mulher eis aí teu filho” foi uma palavra de consolo
para aquela que o gerou, criou e cuidou. É importante ressaltar que chamar a
própria mãe de “mulher” não era uma forma grosseria de se tratar em aramaico,
mas era normal. A segunda parte dessa palavra de Cristo é dirigida a João, o
discípulo amado: “Eis aí tua mãe” foi uma palavra de responsabilidade onde ele
incumbiu João de cuidar de Maria. Que gloriosa responsabilidade foi aquela.
Nessa palavra o Senhor Jesus cumpriu
dois grandes mandamentos.
Honrar aos pais não é apenas
respeitar no modo de tratar, falar, etc. É sim, pois o filho (a) crente não
pode jamais falar com seus pais como se falasse com uma pessoa qualquer. A
ordem de Deus é “honra”! Muitos filhos crentes se esquecem disso. Mas honrar
não é apenas isso, tratar bem com as palavras. Honrar também é cuidar, amar,
fazer-se presente. Vivemos numa época em que se faz exatamente o oposto em
muitas famílias.
Em Mc 7:11 Jesus repreendeu os
judeus que consagravam alguma propriedade como ao Senhor (corbã) simplesmente
para não terem que dispor daquele bem para suprir as necessidades de seus pais.
Eles “jeitosamente” invalidavam o mandamento de Deus. Honrar os pais é cuidar,
ainda que nos custe alguma coisa, e se não nos custar nada, será que temos dado
o devido valor?
Jesus cumpriu todos os
mandamentos; devemos cumprir os mandamentos de Deus para a glória de dEle.
2 – Cumpriu ao mandamento "Amarás a teu próximo..." - Mt
19:19; 22:39.
Neste momento de terrível
sofrimento Ele ainda pensou nos outros... Por natureza nós somos muito
egoístas, estamos sempre pensando em nós mesmos e naquilo que nos agrada. Jesus
nos dá uma grande lição quando pensou nas pessoas mesmo estando na cruz. Este é
o exemplo máximo de altruísmo.
Precisamos pensar nas pessoas que
estão em nosso derredor. A Palavra de Deus nos manda amarmos ao nosso próximo
como a nós mesmos. O que temos feito para cumprir este mandamento? Certamente
precisamos exercer a sabedoria que vem do Senhor para não cairmos nas mãos de
aproveitadores, mas não podemos ficar parados, inertes, acomodados.
"...façamos bem a todos, mas principalmente
aos domésticos da fé." Gl 6:10b.
"Porque toda a lei se cumpre numa só
palavra, nesta: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo." Gl 5:14.
Ali, naquela Cruz, em meio a todo
o Seu sofrimento, Jesus pensou no futuro de Maria, sua serva. Jesus disse a João:
"eis aí tua mãe". Não sabemos todos os detalhes, mas sabemos que o
Senhor amou os Seus servos até o fim!
É importante explicar que nós não
adoramos Maria, mas a vemos como uma serva de Deus, uma irmã que Deus escolheu
para uma missão tão preciosa. Isso não faz dela uma pessoa especial no sentido
de ser digna de adoração e devoção. Ela apenas foi privilegiada com uma missão
extremamente importante, e recebeu de Deus essa responsabilidade, que ela
cumpriu até o fim. Jesus demonstrou seu cuidado para com Maria, pois Ele tinha
esse dever como homem, e como Servo de Deus.
4ª palavra – Mateus 27:46 (45-49) “E perto da hora nona exclamou Jesus em alta voz, dizendo:Eli, Eli, lamá sabactâni; isto é, Deus Meu, Deus Meu, por que Me desamparaste?”
Jesus já estava crucificado há
cerca de três horas sofrendo seus últimos momentos na Cruz, demonstrou um misto
de dor e aflição, citando as palavras dos Salmos 22:1, e cumpriu-se o que havia
sido profetizado em Sl 69:21. Ele foi traído por Judas Iscariodes e preso de
madrugada, quando estava orando no Jardim do Getsêmani, na companhia de Seus
discípulos, se bem que eles não conseguiram manter-se acordados (Mt 26:40). Foi
julgado por judeus e romanos, e o condenaram à morte por crucificação
juntamente com dois ladrões. Foi surrado ostensivamente pelos soldados romanos,
estava muito ferido, machucado, com vários cortes pelo corpo, dilacerado e
sangrando. Quando O chicotearam, partes de sua pele e de sua carne foram
arrancadas, porque o chicote usado pelos soldados tinha pedaços de ossos e
metais nas pontas. Ele sofria terríveis dores. Ele foi ultrajado, humilhado,
zombado. Para completar a Sua dor, colocaram nEle uma coroa de espinhos
pontiagudos que se encravaram em Sua cabeça fazendo-O sangrar e sofrer ainda mais...
A dor que Ele sentiu é inimaginável, pois não era somente uma dor física. Se
assim fosse já seria a dor mais terrível que um ser humano suportou, porém, era
a minha e a sua dor, aquela era a nossa Cruz, nossa coroa... Ali estava todo o
peso dos nossos pecados sobre Ele. Ele tudo sofreu, tudo suportou, tudo pagou
por amor a nós.
Jesus estava totalmente
desamparado, humilhado, e agora Ele sente uma dor que ainda não havia sentido e
que jamais sentirá: a dor do desamparo Divino. Amparo = apoio, defesa
(presença). E por que o Pai o desamparou? Por que O deixou? Por que Ele
precisou ser deixado tão só naquela Cruz?
Sabemos que Deus não O defendeu e
até Se retirou dEle, porque Ele levava sobre Si naquela Cruz, todo o nosso
pecado, toda a nossa iniquidade. E se Deus interviesse e O livrasse daquela
Cruz maldita, todo o plano de Deus para salvar o Seu povo estaria acabado.
Em Mt 26:53-54 quando Jesus foi
preso Ele mesmo disse: “Ou pensas tu que Eu não poderia agora orar a Meu Pai, e
que Ele não Me daria mais de doze legiões de anjos? Como, pois, se cumpririam
as Escrituras, que dizem que assim convém que aconteça?”
E também em João 10:17,18 Ele já
havia dito: “Por
isto o Pai Me ama, porque dou a Minha vida para tornar a tomá-la. Ninguém ma
tira de Mim, mas Eu de Mim mesmo a dou; tenho poder para a dar, e poder para
tornar a tomá-la. Este mandamento recebi de Meu Pai.”
Is 53:5b “Mas Ele foi traspassado pelas nossas
transgressões, e moído pelas nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz
estava sobre Ele, e pelas Suas pisaduras fomos sarados.” (Pisaduras =
contusões, ferimentos).
Deus é santíssimo, e nesse
momento, o Deus Pai afastou-se dEle porque Deus não poderia contemplar o nosso
pecado que estava sobre Ele.
“DEUS MEU, DEUS MEU” No entanto,
mesmo sofrendo tanto Jesus não deixou o Pai. Ele disse: “Deus MEU, Deus MEU”.
Mesmo sofrendo o maior de todos os sofrimentos que alguém sofreu, e até
sentindo-Se desamparado como Ele estava, mesmo estando só e aflito, em meio às
trevas que cobriram a Terra, e pregado na nossa Cruz, Ele ainda se referiu a
Deus dessa forma: “Deus MEU”, ou seja: “Tu és o MEU Deus”.Ele sabia que depois
de tudo aquilo que Ele estava passando, que depois de Seu sofrimento Ele iria
ressuscitar e seria recebido na glória celestial. Apesar de tudo que passou Ele
não desistiu, não Se rebelou, não Se irou contra aquEle que permitia todo Seu
sofrimento, pois Ele sabia que havia um objetivo naquilo tudo, e que todo
aquele sofrimento era necessário para que se cumprisse o plano eterno da salvação
de Deus para todo o Seu povo.
5ª PALAVRA – João 19:28 (28-29) “Depois, sabendo Jesus que já todas as
coisas estavam terminadas, para que a Escritura se cumprisse, disse: Tenho
sede.”
Jesus é perfeitamente homem e
perfeitamente Deus, o Seu sofrimento foi real! E não foi somente um sofrimento
físico, mas principalmente espiritual por causa dos pecados que Ele levou sobre
Si. A pergunta que paira no ar é: e nós, do que sentimos sede? De Deus ou do
pecado, da santidade de Cristo ou da maldade e corrupção? Ou ainda: o que pode
saciar a nossa sede? Onde temos buscado saciar a nossa sede? Nas águas vivas
que Jesus nos oferece gratuitamente? Ou nas águas amargas que esse deserto da
vida oferece por um preço tão alto? Jesus pagou esse preço altíssimo para
salvar a nossa vida, e o mundo cobra o mesmo preço por uma vida de pecados,
pois o salário do pecado é a morte.
Jesus disse: "Bem-aventurados os que têm fome e sede de
justiça, porque serão fartos." Mateus 5:6. Ele padeceu tudo
isso em nosso lugar, somente para nos salvar, porque nos amou...
6ª PALAVRA – João 19:28-42 “E, quando Jesus tomou o vinagre, disse: Está consumado. E, inclinando a cabeça, entregou o Espírito.” João 19:30. Nesta sexta palavra o Senhor Jesus faz uma declaração fundamental para a fé cristã: ESTÁ CONSUMADO. Significa que Ele pagou totalmente o preço dos nossos pecados, a obra estava realizada, a sua missão fora cumprida!
“A pior prova, a de suportar no
lugar do Seu povo o juízo de Deus contra o pecado, estava superada.” (BEG). A
palavra em grego que aparece aqui é "tetelestai"
que significa “liquidado, pago”. Está consumado = está pago.
O que significa a morte de Jesus
Cristo? Muitas coisas. Vamos trabalhar em cinco lições acerca do significado
deste precioso sacrifício que Ele realizou.
6.1 – RESGATE
A morte de Cristo pagou o preço
da penalidade pelo pecado. O pecado tem uma penalidade a ser cumprida (paga), e
essa penalidade é a morte eterna. No caso dos crentes Cristo pagou este preço
no lugar deles.
“Bem como o Filho do homem não veio para ser
servido, mas para servir, e para dar a sua vida em resgate de muitos.” Mt
20:28.
“O qual se deu a Si mesmo em preço de redenção
por todos, para servir de testemunho a seu tempo.” 1 Tm 2:6.
“Porque o salário do pecado é a morte, mas o
dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus nosso Senhor.” Rm 6:23.
6.2 – RECONCILIAÇÃO
A posição do mundo em relação a
Deus foi modificada pela morte de Cristo, de tal modo que agora, todo aquele
que nEle crer será salvo.
“E tudo isto provém de Deus, que nos reconciliou
consigo mesmo por Jesus Cristo, e nos deu o ministério da reconciliação; isto
é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os
seus pecados; e pôs em nós a palavra da reconciliação.” 2 Co 5:18,19 (At 2:21;
Rm 10:9-10).
6.3 – PROPICIAÇÃO : A
justiça de Deus foi satisfeita com a morte de Cristo.
“E Ele é a propiciação pelos nossos pecados, e
não somente pelos nossos, mas também pelos de todo o mundo.” 1 Jo 2:2.
“Nisto está o amor, não em que nós tenhamos
amado a Deus, mas em que Ele nos amou a nós, e enviou seu Filho para
propiciação pelos nossos pecados.” 1 Jo 4:10 (Hb 9:14; Hb 9:22,28).
6.4 – NOSSO SUBSTITUTO: Cristo morreu no lugar de pecadores, Ele é
o nosso substituto na Cruz.
“Àquele que não conheceu pecado, O fez pecado
por nós; para que nEle fôssemos feitos justiça de Deus.” 2 Co 5:21.
Aqui está o coração do Evangelho: o Salvador
sem pecado algum assumiu os nossos pecados para que possamos ter a justiça de
Deus.
6.5 – A MAIOR PROVA DE AMOR
O sacrifício de Jesus é a maior
prova do amor de Deus por nós. Qual o preço de uma alma para Deus? O preço do
sangue de Seu próprio Filho unigênito. Como diz o cântico “você tem valor!”
Esse valor é muito maior do que prata ou ouro ou riquezas, o valor que os
filhos de Deus têm é o Sangue de Jesus. Para que pudéssemos ser salvos o Senhor
pagou o maior preço, deu a maior prova de amor: a vida do Seu Filho, Jesus
Cristo.
“Porque Deus amou o mundo de tal maneira que
deu o Seu Filho unigênito, para que todo aquele que nEle crê não pereça, mas
tenha a vida eterna.” Jo 3:16.
7ª PALAVRA – Lucas 23:46 “E, clamando Jesus
com grande voz, disse: Pai, nas Tuas mãos entrego o Meu Espírito. E, havendo
dito isto, expirou.”O que aconteceu quando o Senhor Jesus entregou-Se
nas mãos do Pai eterno, em Sua morte?
1 – JESUS ENTREGOU SEU ESPÍRITO AO PAI
O Seu corpo morreu, mas Seu
Espírito permaneceu intocado na morte.
É importante lembrar que Jesus
morreu em Seu corpo na cruz, mas o Seu Espírito não morreu. Aliás, NENHUM
ESPÍRITO MORRE, o sentido de morte espiritual não é a aniquilação total deste,
mas a separação eterna entre esse tal espírito e a graça do Deus eterno. Quando
Jesus entregou o seu Espírito nas mãos do Pai, Ele sabia que o Pai cuidaria
perfeitamente dEle. Que segurança tem o crente. Pois estamos seguros e
entregues nas mãos de nosso Pai eterno! Que diferença entre a morte do crente
que tem convicção de sua salvação eterna, e a morte do ímpio que não sabe para
onde vai, e que vive debaixo do estigma da morte eterna no inferno.
2 – ELE CONTINUOU SUA OBRA
O que aconteceu durante o período
de tempo entre a morte e a ressurreição de Jesus não nos é revelado com riqueza
de detalhes, mas o texto de 1 Pedro 3:18-20 e 4:6 se por um lado não nos
esclarece profundamente, por outro lado nos revela algo extremamente
interessante.
Entre a Sua morte e ressurreição,
Jesus anunciou a Sua vitória aos espíritos dos perversos contemporâneos de Noé
que estão confinados no reino dos mortos. Uma ideia semelhante é que Cristo
proclamou a Sua vitória aos anjos caídos em seu lugar de confinamento. Como se
nota essa é uma revelação envolva em muitos mistérios, mas à luz de Colossenses
2:14 sabemos que em sua morte na cruz Jesus desarmou os principados e
potestades (despojar = desarmar).
“E eu,
quando (O) vi, caí a seus pés como morto; e Ele pôs sobre mim a Sua destra,
dizendo-me: Não temas; Eu sou o primeiro e o último; e aquEle que vive; estive
morto, mas eis que estou vivo pelos séculos dos séculos. E tenho as chaves da
morte e do inferno.” Ap 1:17-18.
3 –ELE VENCEU A MORTE NA RESSURREIÇÃO
Jesus precisava vencer a morte, a
morte era o último inimigo a ser vencido: “Ora, o último inimigo que há de ser aniquilado é a morte.”
1 Coríntios 15:26. Para vencer a morte Jesus precisava passar por
ela primeiro. Por isso, era necessário que Ele morresse primeiro para depois
ressuscitar. Foi exatamente isso que Ele fez morrendo na Cruz. Agora, na morte
Ele pôde vencer a própria morte, pois ao terceiro dia Ele ressuscitou.
“Tragada foi a morte na vitória. Onde está, ó
morte, o teu aguilhão? Onde está, ó inferno, a tua vitória? Ora, o aguilhão da
morte é o pecado, e a força do pecado é a lei. Mas graças a Deus que nos dá a
vitória por nosso SENHOR Jesus Cristo. Portanto, meus amados irmãos, sede
firmes e constantes, sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que o vosso
trabalho não é vão no Senhor.” 1 Co 15:54b-58.
E naquela manhã de domingo, em
Marcos 16, quando Maria Madalena, Maria mãe de Tiago e Salomé foram levar aromas
para embalsamar o corpo de Jesus, elas tiveram uma grande surpresa. Glórias ao
nome do Senhor, a pedra havia sido removida, o corpo do Senhor Jesus não estava
mais ali, pois Ele já tinha ressuscitado, Ele venceu a morte!
4 – APÓS SUA MORTE E RESSURREIÇÃO ELE PROMETEU VOLTAR
Quando Jesus morreu,
entregando-se nas mãos do Pai celestial, Ele estava completando a parte da Sua
grandiosa obra o que poderíamos chamar de “primeira fase”, em que Ele veio como
“o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo.” Era necessário que Ele assim
procedesse entregando-se para pagar o preço dos nossos pecados. Mas a Bíblia
Sagrada nos revela que existe uma“segunda fase” quando Ele retornará como o
Leão da tribo de Judá, no dia em que Ele voltará para julgar os vivos e os mortos,
“julgará o mundo
com justiça e os povos com equidade.” (Sl 98:9).
“Não se turbe o vosso coração; credes em Deus,
crede também em Mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim,
Eu vo-lo teria dito. Vou preparar-vos lugar. E quando Eu for, e vos preparar
lugar, virei outra vez, e vos levarei para Mim mesmo, para que onde Eu estiver
estejais vós também.” João 14:1-3.
Aguardamos ansiosamente a volta
do Senhor Jesus, quando Ele virá com majestade e glória para nos buscar, e todo
olho o verá.
“Porque, assim como o relâmpago sai do oriente
e se mostra até ao ocidente, assim será também a vinda do Filho do homem.”
Mateus 24:27.