segunda-feira, 7 de junho de 2021

AS SETE PALAVRAS DA CRUZ DE CRISTO

 

"Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem" (Lc 23:34).

Quando o Senhor Jesus entregou-Se para pagar o preço dos nossos pecados, Ele foi humilhado, julgado, torturado e finalmente crucificado. Padecendo todo o sofrimento da Cruz, Ele proferiu SETE PALAVRAS que são as conhecidas “Sete Palavras da Cruz de Cristo”, que foram as Suas palavras finais, e que são de grande preciosidade e edificação para todos os crentes, pois nos revelam todo o Seu amor, abnegação, soberania, a consumação de Sua obra redentora, sua entrega total nas mãos do Pai eterno, e todo o sofrimento físico, emocional, e espiritual que Ele passou por nós.

Ao proferir as Sete Palavras, o Senhor Jesus já estava crucificado. Até chegar esse momento Ele foi traído, preso e julgado durante a madrugada. Ao amanhecer o dia ele foi condenado, chicoteado, humilhado, crucificado e morreu por volta da hora nona (+/- 15h00). Antes de ser crucificado os soldados colocaram nEle uma coroa de espinhos e fizeram-No carregar aquela Cruz pesada, que era nossa, por um longo caminho até chegar ao Monte Calvário (“Monte da Caveira”). Ali Ele foi pregado na Cruz, e levantado sobre o madeiro. Ele sangrava terrivelmente e padecia dores terríveis, lancinantes, quando proferiu essas Sete Palavras. Dores que não eram apenas físicas, mas principalmente dores espirituais, pois ali, sobre Ele, foram colocados todos os nossos pecados, e Ele pagou por cada um dos pecados de Seu povo.

 

1ª PALAVRA “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem.” Lucas 23:34.

O nosso Senhor, padecendo todo aquele sofrimento, dor e humilhação, deu-nos aqui duas lições preciosas:

1.1 - O valor do perdão: Ele perdoa seus algozes mesmo sofrendo tudo o que Ele sofreu. Quão diferente de nós... Ele perdoou aqueles que O feriram e O humilhavam. Em Mateus 27:27-31; 38-44 temos uma noção do que ele passava naquele exato momento.

E a resposta de Jesus é: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem.”

1.2 - Ele é o intercessor eterno: A Bíblia nos diz em Rm 8:34 e em diversos outros textos, que o Senhor Jesus é o nosso intercessor eterno: “Quem é que condena? Pois é Cristo quem morreu, ou antes quem ressuscitou dentre os mortos, o qual está à direita de Deus, e também intercede por nós.”

“Filhinhos meus, estas coisas vos escrevo para que não pequeis. Se, todavia, alguém pecar, temos Advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o Justo.” 1 João 2:1.

1.2.1 - Ele intercede por nós: Notemos que Ele intercedeu por Seus próprios opressores, quanto mais O fará aos Seus próprios discípulos? Sim! É isso mesmo, apesar de sermos tão imperfeitos e frágeis o Senhor intercede por nós. Sabe o que isso significa? Que nada poderá nos separar dEle, nem o mundo, nem o inimigo, nem nossos defeitos, nem nós mesmos. Nós temos um intercessor, e só Ele pode interceder.

1.2.2 - Precisamos praticar o seu mandamento de Mt 5:44: Temos cumprido essa ordem que Ele nos deu? Temos sido seus imitadores? Não é fácil, mas, é uma ordem, e essa ordem precisa ser cumprida. Ele próprio a cumpriu para dar-nos o exemplo.

  

2ª PALAVRA : “Em verdade te digo que hoje estarás comigo no Paraíso.” Lucas 23:43.

Como sabemos o Senhor Jesus foi crucificado entre dois ladrões. Ali estava Ele humilhado em todos os sentidos, e ainda mais, contado entre dois transgressores, justo Ele que nada fez para merecer estar ali naquela cruz. E é nessa condição que se trava uma breve discussão entre os dois ladrões e Jesus. O primeiro ladrão a falar com Jesus é o modelo do sujeito incrédulo, rebelde e zombador. Blasfemando Ele se dirige a Jesus com palavras semelhantes às daqueles que, em terra, blasfemaram. Como que concordando com eles, diz: “Se tu és o Cristo, salva-te a ti mesmo, e a nós.” Lc 23:39b.

Esse modo de falar é bem semelhante a alguns setores do cristianismo hodierno, pois trata Cristo de um modo bem desafiador: “SE tu és os Cristo” faz isto e isto. Como uma certa pessoa disse recentemente: “se o teu deus não funciona então troque de deus”. Ou como uma certa denominação tornou-se famosa por propalar a seguinte frase: “hoje colocaremos deus na parede.” (Note que eu mencionei “deus” em letras minúsculas, pois certamente não é do nosso Deus todo-poderoso revelado na Bíblia Sagrada a que essas pessoas se referem).

“Respondendo, porém, o outro, repreendia-o, dizendo: Tu nem ainda temes a Deus, estando na mesma condenação? E nós, na verdade, com justiça, porque recebemos o que os nossos feitos mereciam; mas este nenhum mal fez.”

Notemos aqui algumas coisas muito interessantes que ele fez:

- repreendeu o ladrão blasfemador;

- demonstra temor de Deus;

- reconhece que Jesus é o próprio Deus;

- reconhece que merece estar naquela condição por causa de seus atos;

- demonstra confiança na inocência de Jesus.

Mas pelo visto ele não quis seguir os ensinamentos de Jesus e aqui vemos onde ele chegou. Assim também muitos hoje estão longe dos caminhos do Senhor, desviados da verdade que ouviram e aprenderam, mas não quiseram seguir. É impressionante a quantidade de crentes desviados vivendo nas ruas, nas drogas, no crime, nos presídios...

Mas nesse dia ele reconheceu Jesus, lembrou-se das mensagens, dos sinais, das vidas transformadas, das maravilhas que Ele falou e fez. E então é tocado pela graça majestosa de Deus e diz para o Senhor: “Senhor, lembra-te de mim, quando entrares no teu reino.” Lc 23:42b.

É um pedido humilde e simples, que o Senhor o leve para o Seu reino eterno. Ele não pediu a libertação da cruz (bênçãos terrenas), como o fizera o primeiro ladrão, mas pede a benção da salvação eterna. E recebe! A consoladora resposta de Jesus no vs. 43 é: “Em verdade te digo que hoje estarás comigo no Paraíso.”

Jesus está cumprindo uma promessa que Ele fizera: “Todo o que o Pai me dá virá a mim; e o que vem a mim de maneira nenhuma o lançarei fora.” João 6:37.

Ele dá certeza do que diz. Não é “talvez”, “um dia”, “num lugar intermediário”. Mas é “hoje”, “verdadeiramente”, “estarás comigo”.

Aprendemos aqui pelo menos quatro lições fundamentais acerca da nossa salvação.

2.1 - A humanidade representada perante o Salvador: Encontramos esses dois tipos de pessoas falando com Jesus. O incrédulo blasfemo e endurecido pecador, tristemente destinado ao inferno de fogo. E o pecador arrependido, confesso, pronto para receber a salvação eterna. De qual dos dois grupos você faz parte?

2.2 - O grande amor de Jesus pelo pecador arrependido : O Senhor não disse palavra alguma para primeiro ladrão, este não obteve resposta alguma do Senhor. No entanto o pecador arrependido, alvo do amor e da graça divina, recebe de Jesus a certeza da salvação. Que grande e sublime amor o Senhor tem por todo aquele que se arrepende de seus pecados. Se você está com o coração duro, busque o lugar de arrependimento no Senhor.

2.3 - O perdão incondicional após a confissão sincera: O Senhor não fez menção alguma da vida pregressa que desse homem, não houve nenhuma acusação ou exigência. Ele foi sincero em sua confissão e recebeu o perdão incondicional do Senhor. Não importam quais sejam os seus pecados, não importa como você se encontra hoje, confesse com sinceridade os seus pecados e creia que o Senhor lhe perdoará todos os pecados.

2.4 - A certeza da vida e da morte eterna: O Senhor Jesus deu certeza para aquele homem de que após a sua morte ele estaria com Jesus no paraíso. Não há um tempo antes dele ir para o céu, e também não há um lugar antes do céu. Essa é a nossa certeza, de que assim que formos chamados estaremos com o Senhor na glória celestial. Mas assim como o céu é uma certeza para o crente, para os incrédulos está reservado “fogo eterno” conforme Mateus 25:41. Se o segundo ladrão, arrependido foi salvo, o que resta para o primeiro ladrão, blasfemo e endurecido por seu pecado?

3ª PALAVRA - "Mulher, eis aí teu filho”... “Eis aí tua mãe”. (Jo 19:26-17).

As três primeiras palavras da cruz de Cristo revelam o Seu amor e compaixão para com as pessoas, agora,  estaremos refletindo na terceira palavra, que na verdade está dividida em duas partes, a primeira delas é dirigida a Maria e a segunda a João, o “discípulo amado”.

Este “discípulo amado” é João o próprio autor do Evangelho de João. Em todo o Evangelho de João sempre encontramos essa expressão “discípulo amado” que certamente foi um meio que João escolheu para referir-se a si mesmo. Essa expressão não deve ser interpretada como se ele fosse um tipo de "servo predileto". Deus não tem servos prediletos, ele não nos vê assim. Certamente Ele tem Seus escolhidos para determinadas tarefas, isso é claro. Mas o que se nota nos 12 é que João era um daqueles que andava mais próximo de Jesus. Assim também o Senhor Jesus nos diz que Deus PROCURA os verdadeiros adoradores, que O adorem em espírito e em verdade (João 4:23).

O vs. 25 nos diz que algumas pessoas estavam ali ao pé da cruz de Cristo nos momentos finais de sua vida. Jesus vê sua mãe e ao lado dela o discípulo João. Nesse momento Ele se preocupa o futuro deles, o que nos sugere que Maria provavelmente fosse viúva. Não há nenhuma menção ao nome de José, por isso que tornou-se firme essa ideia.

A primeira parte dessa palavra de Cristo é dirigida a Maria: “Mulher eis aí teu filho” foi uma palavra de consolo para aquela que o gerou, criou e cuidou. É importante ressaltar que chamar a própria mãe de “mulher” não era uma forma grosseria de se tratar em aramaico, mas era normal. A segunda parte dessa palavra de Cristo é dirigida a João, o discípulo amado: “Eis aí tua mãe” foi uma palavra de responsabilidade onde ele incumbiu João de cuidar de Maria. Que gloriosa responsabilidade foi aquela.

Nessa palavra o Senhor Jesus cumpriu dois grandes mandamentos.

  1 - Cumpriu ao mandamento “honra teu pai e tua mãe” - Êxodo 20:12

Honrar aos pais não é apenas respeitar no modo de tratar, falar, etc. É sim, pois o filho (a) crente não pode jamais falar com seus pais como se falasse com uma pessoa qualquer. A ordem de Deus é “honra”! Muitos filhos crentes se esquecem disso. Mas honrar não é apenas isso, tratar bem com as palavras. Honrar também é cuidar, amar, fazer-se presente. Vivemos numa época em que se faz exatamente o oposto em muitas famílias.

Em Mc 7:11 Jesus repreendeu os judeus que consagravam alguma propriedade como ao Senhor (corbã) simplesmente para não terem que dispor daquele bem para suprir as necessidades de seus pais. Eles “jeitosamente” invalidavam o mandamento de Deus. Honrar os pais é cuidar, ainda que nos custe alguma coisa, e se não nos custar nada, será que temos dado o devido valor?

Jesus cumpriu todos os mandamentos; devemos cumprir os mandamentos de Deus para a glória de dEle.

2 – Cumpriu ao mandamento "Amarás a teu próximo..." - Mt 19:19; 22:39.

Neste momento de terrível sofrimento Ele ainda pensou nos outros... Por natureza nós somos muito egoístas, estamos sempre pensando em nós mesmos e naquilo que nos agrada. Jesus nos dá uma grande lição quando pensou nas pessoas mesmo estando na cruz. Este é o exemplo máximo de altruísmo.

Precisamos pensar nas pessoas que estão em nosso derredor. A Palavra de Deus nos manda amarmos ao nosso próximo como a nós mesmos. O que temos feito para cumprir este mandamento? Certamente precisamos exercer a sabedoria que vem do Senhor para não cairmos nas mãos de aproveitadores, mas não podemos ficar parados, inertes, acomodados.

"...façamos bem a todos, mas principalmente aos domésticos da fé." Gl 6:10b.

"Porque toda a lei se cumpre numa só palavra, nesta: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo." Gl 5:14.

Ali, naquela Cruz, em meio a todo o Seu sofrimento, Jesus pensou no futuro de Maria, sua serva. Jesus disse a João: "eis aí tua mãe". Não sabemos todos os detalhes, mas sabemos que o Senhor amou os Seus servos até o fim!

É importante explicar que nós não adoramos Maria, mas a vemos como uma serva de Deus, uma irmã que Deus escolheu para uma missão tão preciosa. Isso não faz dela uma pessoa especial no sentido de ser digna de adoração e devoção. Ela apenas foi privilegiada com uma missão extremamente importante, e recebeu de Deus essa responsabilidade, que ela cumpriu até o fim. Jesus demonstrou seu cuidado para com Maria, pois Ele tinha esse dever como homem, e como Servo de Deus.


4ª palavra – Mateus 27:46 (45-49) “E perto da hora nona exclamou Jesus em alta voz, dizendo:Eli, Eli, lamá sabactâni; isto é, Deus Meu, Deus Meu, por que Me desamparaste?”

Jesus já estava crucificado há cerca de três horas sofrendo seus últimos momentos na Cruz, demonstrou um misto de dor e aflição, citando as palavras dos Salmos 22:1, e cumpriu-se o que havia sido profetizado em Sl 69:21. Ele foi traído por Judas Iscariodes e preso de madrugada, quando estava orando no Jardim do Getsêmani, na companhia de Seus discípulos, se bem que eles não conseguiram manter-se acordados (Mt 26:40). Foi julgado por judeus e romanos, e o condenaram à morte por crucificação juntamente com dois ladrões. Foi surrado ostensivamente pelos soldados romanos, estava muito ferido, machucado, com vários cortes pelo corpo, dilacerado e sangrando. Quando O chicotearam, partes de sua pele e de sua carne foram arrancadas, porque o chicote usado pelos soldados tinha pedaços de ossos e metais nas pontas. Ele sofria terríveis dores. Ele foi ultrajado, humilhado, zombado. Para completar a Sua dor, colocaram nEle uma coroa de espinhos pontiagudos que se encravaram em Sua cabeça fazendo-O sangrar e sofrer ainda mais... A dor que Ele sentiu é inimaginável, pois não era somente uma dor física. Se assim fosse já seria a dor mais terrível que um ser humano suportou, porém, era a minha e a sua dor, aquela era a nossa Cruz, nossa coroa... Ali estava todo o peso dos nossos pecados sobre Ele. Ele tudo sofreu, tudo suportou, tudo pagou por amor a nós.

Jesus estava totalmente desamparado, humilhado, e agora Ele sente uma dor que ainda não havia sentido e que jamais sentirá: a dor do desamparo Divino. Amparo = apoio, defesa (presença). E por que o Pai o desamparou? Por que O deixou? Por que Ele precisou ser deixado tão só naquela Cruz?

Sabemos que Deus não O defendeu e até Se retirou dEle, porque Ele levava sobre Si naquela Cruz, todo o nosso pecado, toda a nossa iniquidade. E se Deus interviesse e O livrasse daquela Cruz maldita, todo o plano de Deus para salvar o Seu povo estaria acabado.

Em Mt 26:53-54 quando Jesus foi preso Ele mesmo disse: “Ou pensas tu que Eu não poderia agora orar a Meu Pai, e que Ele não Me daria mais de doze legiões de anjos? Como, pois, se cumpririam as Escrituras, que dizem que assim convém que aconteça?”

E também em João 10:17,18 Ele já havia dito: “Por isto o Pai Me ama, porque dou a Minha vida para tornar a tomá-la. Ninguém ma tira de Mim, mas Eu de Mim mesmo a dou; tenho poder para a dar, e poder para tornar a tomá-la. Este mandamento recebi de Meu Pai.”

Is 53:5b “Mas Ele foi traspassado pelas nossas transgressões, e moído pelas nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre Ele, e pelas Suas pisaduras fomos sarados.” (Pisaduras = contusões, ferimentos).

Deus é santíssimo, e nesse momento, o Deus Pai afastou-se dEle porque Deus não poderia contemplar o nosso pecado que estava sobre Ele.

“DEUS MEU, DEUS MEU” No entanto, mesmo sofrendo tanto Jesus não deixou o Pai. Ele disse: “Deus MEU, Deus MEU”. Mesmo sofrendo o maior de todos os sofrimentos que alguém sofreu, e até sentindo-Se desamparado como Ele estava, mesmo estando só e aflito, em meio às trevas que cobriram a Terra, e pregado na nossa Cruz, Ele ainda se referiu a Deus dessa forma: “Deus MEU”, ou seja: “Tu és o MEU Deus”.Ele sabia que depois de tudo aquilo que Ele estava passando, que depois de Seu sofrimento Ele iria ressuscitar e seria recebido na glória celestial. Apesar de tudo que passou Ele não desistiu, não Se rebelou, não Se irou contra aquEle que permitia todo Seu sofrimento, pois Ele sabia que havia um objetivo naquilo tudo, e que todo aquele sofrimento era necessário para que se cumprisse o plano eterno da salvação de Deus para todo o Seu povo.

5ª PALAVRAJoão 19:28 (28-29) “Depois, sabendo Jesus que já todas as coisas estavam terminadas, para que a Escritura se cumprisse, disse: Tenho sede.”

Jesus manifestou aqui, uma única vez, a Sua sede. Podemos imaginar, de modo muito limitado, o sofrimento que Ele passou. E Ele passou por tudo isso calado, sem nada pedir, exceto por essa vez em que manifestou a Sua sede. “Ele foi oprimido e afligido, mas não abriu a sua boca; como um Cordeiro foi levado ao matadouro, e como a ovelha muda perante os seus tosquiadores, assim Ele não abriu a Sua boca.” Isaías 53:7. E aqui, no único momento em que Ele expressou a Sua sede, ao invés de água Lhe deram vinagre para beber. Como gostaríamos de estar ali para dar-Lhe água e ajudar a amenizar o Seu sofrimento... Mas deram-Lhe o vinagre que é amargo, azedo e não sacia a sede de ninguém. Lembre-se sempre disso: Ele que é a água da vida morreu com sede, por nossa causa.

Jesus é perfeitamente homem e perfeitamente Deus, o Seu sofrimento foi real! E não foi somente um sofrimento físico, mas principalmente espiritual por causa dos pecados que Ele levou sobre Si. A pergunta que paira no ar é: e nós, do que sentimos sede? De Deus ou do pecado, da santidade de Cristo ou da maldade e corrupção? Ou ainda: o que pode saciar a nossa sede? Onde temos buscado saciar a nossa sede? Nas águas vivas que Jesus nos oferece gratuitamente? Ou nas águas amargas que esse deserto da vida oferece por um preço tão alto? Jesus pagou esse preço altíssimo para salvar a nossa vida, e o mundo cobra o mesmo preço por uma vida de pecados, pois o salário do pecado é a morte.

Jesus disse: "Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão fartos." Mateus 5:6. Ele padeceu tudo isso em nosso lugar, somente para nos salvar, porque nos amou...


6ª PALAVRAJoão 19:28-42 “E, quando Jesus tomou o vinagre, disse: Está consumado. E, inclinando a cabeça, entregou o Espírito.” João 19:30. Nesta sexta palavra o Senhor Jesus faz uma declaração fundamental para a fé cristã: ESTÁ CONSUMADO. Significa que Ele pagou totalmente o preço dos nossos pecados, a obra estava realizada, a sua missão fora cumprida!

“A pior prova, a de suportar no lugar do Seu povo o juízo de Deus contra o pecado, estava superada.” (BEG). A palavra em grego que aparece aqui é "tetelestai" que significa “liquidado, pago”. Está consumado = está pago.

O que significa a morte de Jesus Cristo? Muitas coisas. Vamos trabalhar em cinco lições acerca do significado deste precioso sacrifício que Ele realizou.

6.1 – RESGATE

A morte de Cristo pagou o preço da penalidade pelo pecado. O pecado tem uma penalidade a ser cumprida (paga), e essa penalidade é a morte eterna. No caso dos crentes Cristo pagou este preço no lugar deles.

“Bem como o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir, e para dar a sua vida em resgate de muitos.” Mt 20:28.

“O qual se deu a Si mesmo em preço de redenção por todos, para servir de testemunho a seu tempo.” 1 Tm 2:6.

“Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus nosso Senhor.” Rm 6:23.

6.2 – RECONCILIAÇÃO

A posição do mundo em relação a Deus foi modificada pela morte de Cristo, de tal modo que agora, todo aquele que nEle crer será salvo.

“E tudo isto provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por Jesus Cristo, e nos deu o ministério da reconciliação; isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados; e pôs em nós a palavra da reconciliação.” 2 Co 5:18,19 (At 2:21; Rm 10:9-10).

6.3 – PROPICIAÇÃO :  A justiça de Deus foi satisfeita com a morte de Cristo.

“E Ele é a propiciação pelos nossos pecados, e não somente pelos nossos, mas também pelos de todo o mundo.” 1 Jo 2:2.

“Nisto está o amor, não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que Ele nos amou a nós, e enviou seu Filho para propiciação pelos nossos pecados.” 1 Jo 4:10 (Hb 9:14; Hb 9:22,28).

6.4 – NOSSO SUBSTITUTO: Cristo morreu no lugar de pecadores, Ele é o nosso substituto na Cruz.

“Àquele que não conheceu pecado, O fez pecado por nós; para que nEle fôssemos feitos justiça de Deus.” 2 Co 5:21.

Aqui está o coração do Evangelho: o Salvador sem pecado algum assumiu os nossos pecados para que possamos ter a justiça de Deus.

6.5 – A MAIOR PROVA DE AMOR

O sacrifício de Jesus é a maior prova do amor de Deus por nós. Qual o preço de uma alma para Deus? O preço do sangue de Seu próprio Filho unigênito. Como diz o cântico “você tem valor!” Esse valor é muito maior do que prata ou ouro ou riquezas, o valor que os filhos de Deus têm é o Sangue de Jesus. Para que pudéssemos ser salvos o Senhor pagou o maior preço, deu a maior prova de amor: a vida do Seu Filho, Jesus Cristo.

“Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o Seu Filho unigênito, para que todo aquele que nEle crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” Jo 3:16.


7ª PALAVRA – Lucas 23:46 “E, clamando Jesus com grande voz, disse: Pai, nas Tuas mãos entrego o Meu Espírito. E, havendo dito isto, expirou.”O que aconteceu quando o Senhor Jesus entregou-Se nas mãos do Pai eterno, em Sua morte?

1 – JESUS ENTREGOU SEU ESPÍRITO AO PAI

O Seu corpo morreu, mas Seu Espírito permaneceu intocado na morte.

É importante lembrar que Jesus morreu em Seu corpo na cruz, mas o Seu Espírito não morreu. Aliás, NENHUM ESPÍRITO MORRE, o sentido de morte espiritual não é a aniquilação total deste, mas a separação eterna entre esse tal espírito e a graça do Deus eterno. Quando Jesus entregou o seu Espírito nas mãos do Pai, Ele sabia que o Pai cuidaria perfeitamente dEle. Que segurança tem o crente. Pois estamos seguros e entregues nas mãos de nosso Pai eterno! Que diferença entre a morte do crente que tem convicção de sua salvação eterna, e a morte do ímpio que não sabe para onde vai, e que vive debaixo do estigma da morte eterna no inferno.

2 – ELE CONTINUOU SUA OBRA

O que aconteceu durante o período de tempo entre a morte e a ressurreição de Jesus não nos é revelado com riqueza de detalhes, mas o texto de 1 Pedro 3:18-20 e 4:6 se por um lado não nos esclarece profundamente, por outro lado nos revela algo extremamente interessante.

Entre a Sua morte e ressurreição, Jesus anunciou a Sua vitória aos espíritos dos perversos contemporâneos de Noé que estão confinados no reino dos mortos. Uma ideia semelhante é que Cristo proclamou a Sua vitória aos anjos caídos em seu lugar de confinamento. Como se nota essa é uma revelação envolva em muitos mistérios, mas à luz de Colossenses 2:14 sabemos que em sua morte na cruz Jesus desarmou os principados e potestades (despojar = desarmar).

 “Havendo riscado a cédula que era contra nós nas suas ordenanças, a qual de alguma maneira nos era contrária, e a tirou do meio de nós, cravando-a na cruz. E, despojando os principados e potestades, os expôs publicamente e deles triunfou em si mesmo.”

“E eu, quando (O) vi, caí a seus pés como morto; e Ele pôs sobre mim a Sua destra, dizendo-me: Não temas; Eu sou o primeiro e o último; e aquEle que vive; estive morto, mas eis que estou vivo pelos séculos dos séculos. E tenho as chaves da morte e do inferno.” Ap 1:17-18.

3 –ELE VENCEU A MORTE NA RESSURREIÇÃO

Jesus precisava vencer a morte, a morte era o último inimigo a ser vencido: “Ora, o último inimigo que há de ser aniquilado é a morte.” 1 Coríntios 15:26. Para vencer a morte Jesus precisava passar por ela primeiro. Por isso, era necessário que Ele morresse primeiro para depois ressuscitar. Foi exatamente isso que Ele fez morrendo na Cruz. Agora, na morte Ele pôde vencer a própria morte, pois ao terceiro dia Ele ressuscitou.

“Tragada foi a morte na vitória. Onde está, ó morte, o teu aguilhão? Onde está, ó inferno, a tua vitória? Ora, o aguilhão da morte é o pecado, e a força do pecado é a lei. Mas graças a Deus que nos dá a vitória por nosso SENHOR Jesus Cristo. Portanto, meus amados irmãos, sede firmes e constantes, sempre abundantes na obra do Senhor, sabendo que o vosso trabalho não é vão no Senhor.” 1 Co 15:54b-58.

E naquela manhã de domingo, em Marcos 16, quando Maria Madalena, Maria mãe de Tiago e Salomé foram levar aromas para embalsamar o corpo de Jesus, elas tiveram uma grande surpresa. Glórias ao nome do Senhor, a pedra havia sido removida, o corpo do Senhor Jesus não estava mais ali, pois Ele já tinha ressuscitado, Ele venceu a morte!

4 – APÓS SUA MORTE E RESSURREIÇÃO ELE PROMETEU VOLTAR

Quando Jesus morreu, entregando-se nas mãos do Pai celestial, Ele estava completando a parte da Sua grandiosa obra o que poderíamos chamar de “primeira fase”, em que Ele veio como “o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo.” Era necessário que Ele assim procedesse entregando-se para pagar o preço dos nossos pecados. Mas a Bíblia Sagrada nos revela que existe uma“segunda fase” quando Ele retornará como o Leão da tribo de Judá, no dia em que Ele voltará para julgar os vivos e os mortos, “julgará o mundo com justiça e os povos com equidade.” (Sl 98:9).

“Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em Mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, Eu vo-lo teria dito. Vou preparar-vos lugar. E quando Eu for, e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos levarei para Mim mesmo, para que onde Eu estiver estejais vós também.” João 14:1-3.

Aguardamos ansiosamente a volta do Senhor Jesus, quando Ele virá com majestade e glória para nos buscar, e todo olho o verá.

“Porque, assim como o relâmpago sai do oriente e se mostra até ao ocidente, assim será também a vinda do Filho do homem.” Mateus 24:27.





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