Aviva, ó Senhor, a tua obra...
“Ouvi, Senhor, a tua palavra, e temi;
aviva, ó Senhor, a tua obra no meio dos anos, no meio dos anos faze-a
conhecida; na tua ira lembra-te da misericórdia.” (Habacuque 3:2)
AMADOS! O texto mencionado
remete a uma ideia clara sobre AVIVAMENTO, que pode ser do evangelho genuíno e
espiritual, todavia, quero manifestar outra revelação do Espirito Santo
concernente ao referido enunciado “aviva a tua obra Senhor”, sendo assim, entre
as incontáveis obras de Deus não se pode negar que a principal seja o HOMEM, logo,
ao lermos o texto e entre tantas vertentes de pensamentos sobre” A OBRA” o gênero
humano encontrava-se morto espiritualmente (como muitos hoje).
A oração do profeta é para que
Deus avive a sua obra “no meio dos anos”. Por que no meio dos anos? Porque
quando começamos na fé normalmente o entusiasmo do primeiro amor é muito
grande, a nossa fé é muito viva e a nossa vontade de obedecer a Cristo também.
Mas com o passar do tempo o esfriamento bate a nossa porta e se não estivermos
vigiando ele entra e nos faz um cristão carnal, um verdadeiro sal insipido para
ser pisado pelos homens. Agora, se buscarmos o avivamento no decorrer da nossa
carreira o esfriamento certamente não achará abrigo conosco e seguiremos sendo
mais que vencedores.
Quando o profeta usa a expressão
“na tua ira lembra-te da misericórdia” nos faz entender que o povo estava sendo
provado. Quando o povo de Deus permite que o esfriamento se aloje em suas vidas
o Senhor permite que as lutas venham para despertá-los. A bíblia garante que
Ele age assim porque nos ama e quer nos ver na sua presença: “Porque o Senhor
corrige o que ama, E açoita a qualquer que recebe por filho.” (Hebreus 12:6).
Sendo assim, nosso dever é entender a vontade de Deus e recebermos com gratidão
a sua correção. Ou ainda mais, procurarmos sempre vigiar para não sermos
atingidos pelo esfriamento, mesmo antes de sermos provados.
A questão é como e por onde
começar um avivamento para o homem?
A resposta encontramos em “ROMANOS 3:23 Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de
Deus;”
Porque
assim como a morte veio por um homem, também a ressurreição dos mortos veio por
um homem.1 Coríntios 15:21.
Sobre
a necessidade de um avivamento perceberemos que este está atrelado ao plano de
salvação elaborado por DEUS!
No primeiro livro da Bíblia
(Gênesis) lemos que Deus criou tudo em perfeita harmonia. O homem foi criado à
imagem e semelhança de Deus, onde lhe foi dado um espírito a fim de que pudesse
comunicar-se com Deus, porque Deus é espírito. (João 4.24) Deus o pôs o homem
em um jardim para lavrá-lo e guardá-lo. Adão e Eva poderiam comer de todo o
fruto que havia lá, exceto da árvore do conhecimento do bem e do mal. Se
comessem morreriam espiritualmente, Isto é, seu relacionamento com Deus
terminaria. A obediência do casal era apenas uma prova de lealdade a Deus. Eles
como seres morais com capacidade de escolha, enquanto obedecessem viveriam.
Porém sabemos que eles desobedeceram e ocorreu a morte espiritual. Em Tiago
1.15 lemos: “depois, havendo a concupiscência concebida, dá à luz o pecado; e o
pecado, sendo consumado, gera a morte.” Então perderam imediatamente a comunhão
com Deus fugindo da presença de Deus. A partir daí eles ficaram contaminados
com o pecado. Já que fomos criados para existir eternamente, (Eclesiastes 3.14)
a morte espiritual de Adão e Eva foi transmitida a toda a humanidade. Para nos
livrar das consequências presentes e eternas Deus elaborou um Plano de Salvação
na pessoa de seu filho Jesus Cristo a fim de nos resgatar do pecado e seus
efeitos.
O pecado leva a morrer em vários
sentidos: Morte Espiritual, Física e Eterna. Em João 3.16 lemos: “Porque Deus
amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele
que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” Durante nossa existência na
terra temos uma única oportunidade de receber a Cristo como Salvador ou
rejeitá-lo! Nosso destino na eternidade tem muito a ver com a nossa escolha.
Todos os que confessam a Cristo publicamente como salvador, recebem a salvação
de Deus. É um ato exclusivamente da graça e da misericórdia de Deus. Em Efésios
2.8,9 lemos assim: “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não
vem de vós, é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie.” Quem
é salvo tem por garantia a vida eterna. A salvação significa ser livre da morte
espiritual e eterna. Consideremos alguns sentidos da palavra morte e aprendamos
mais sobre o seu significado:
A palavra morte vem do grego
“thanatos” significando separação. A Bíblia fala de vários tipos de morte:
Morte espiritual (Gn 2.17)
-Ocorreu primeiramente com Adão e Eva, ainda no jardim do Éden. Ao
desobedecerem a Deus ficaram separados da comunhão divina. O homem nasce neste
estado! (Gn 2.16,17; Rm 6.23; 1Jo 3.14; Jo 5.25, 1Tm 5.6; Tg 1.15 etc.)
Morte Física ou corporal (Gn
3.19) – É a separação das partes materiais e imateriais do ser humano. A
matéria (corpo) volta ao pó. Significa “expirar”. (Gn 3.19; Jó 34.14,15; Gn
25.7-9; Sl 146.4; Tg 2.26, etc).
Morte Eterna ou segunda morte
(Ap 21.8) – É falecer sem ter recebido a Cristo como Salvador. Estes aguardarão
o Juízo Final onde serão julgados e lançados no Lago de fogo. E a separação
definitiva da presença de Deus na “vida” do ser humano. Veja os textos: Hb
9.27; 2Ts 1.8,9; Ap 20.11-15; 21.8, etc.
Observação: Morte espiritual é o
estado em que nascemos (separados de Deus) É também “viver” na prática do
pecado, não se importando em conhecer a vontade de Deus para praticá-la. (Lc
15.32; Ef 2.1-3). Significa viver de forma mundana. (Tg 4.4; 1 Jo 2.15-17;
5.19) Esse tipo de morte pode ser temporária se a pessoa se converter enquanto
vivo fisicamente. Cristo disse: “Em verdade, em verdade vos digo: quem ouve a
minha palavra e crê naquele que me enviou tem a vida eterna, não entra em
juízo, mas passou da morte para a vida.” (Jo 5.24) Isto significa que vai estar
com Cristo quando morrer fisicamente. (Lc 23.43) Porém se passar pela morte
física sem ter recebido a Cristo como salvador, não se convertendo, o destino é
o Hades (inferno) onde aguardará o Juízo Final (Lc 16.23; Jo 12.48; Sl 9.17).
O AVIVAMENTO GENUÍNO:
Inicialmente, vejamos o que não é avivamento:
1) O avivamento não é uma série de encontros especiais para orações,
cruzadas evangelísticas, conferências, exposição bíblica, isto é, não é uma
criação da igreja por meio de planejamentos e encontros especiais;
2) O avivamento não é algo passageiro que
começa num dia e termina no outro, assim, não se pode pensar que uma noite de
êxtase espiritual (ou emocional) seja um avivamento, que, na verdade, é algo
duradouro;
3) O avivamento não é necessariamente uma questão de milagres, de
fenômenos sobrenaturais ou mesmo de “sinais e maravilhas”, isso porque a
existência de tais, não garante fidelidade às verdades básicas das Sagradas
Escrituras;
4) O avivamento não é
evangelismo, esse sim, é resultante do avivamento, se pensarmos que cruzadas é
sinônimo de avivamento, podemos achar que podemos fazê-lo por esforços
próprios, através de atividades evangelisticas.
As características de um avivamento
genuinamente bíblico são as seguintes:
1) Percepção da presença de Deus – isso é claramente revelado em At. 2 e
em Hc. 3.2 onde o profeta reconhece “Deus veio”, é uma experiência marcante;
2) Disposição incomum para ouvir a Deus –
devemos lembrar que o avivamento é uma resposta de fé, e essa, vem pelo ouvir a
Palavra de Deus (Rm. 10.17);
3) convicção profunda do próprio
pecado – vejamos o que aconteceu com o profeta Isaias, diante da manifestação
do poder de Deus (Is. 6.3-5);
4) quebrantamento que leva à
obediência em alegria (Nm. 8.17,18).
Passos para UM
AVIVAMENTO:
A nossa conversão vem com a
convicção de nosso estado pecaminoso. O Espírito Santo convence o homem do
pecado, da justiça e do juízo. (João 16.8-11) Ele comunica ao homem que este
precisa confessar a Cristo como Salvador para receber o perdão dos pecados. (Rm
10.8-11). Arrependimento é a fé estão inclusos no ato da conversão.
Arrependimento – Significa mudar
de ideia, direção ou propósito. Se expressa através de uma tristeza por haver
pecado contra Deus. Uma pessoa arrependida se dispõe a abandonar completamente
a vida de pecado e se volta para Deus. O Espírito Santo é quem opera o
arrependimento no homem. Veja a atitude do filho prodigo em Lucas 15.18-19.
Leia também 2 Coríntios 7.10.
Fé – É a convicção de que Cristo
nos aceita e nos perdoa. É Reconhecer que Deus é fiel em suas promessas. Isto
nos traz certeza e profunda paz. A
parábola do filho pródigo mostra que ele depositou fé no pai, ele sabia que o
pai o perdoaria e o aceitaria de volta! (Lc 15.18-20) Leia também Miquéias
7.18,19!
Justificação – É um ato da Graça
de Deus onde Ele declara justo quem receber pela fé a Cristo como Salvador. É
um termo judicial que lembra um tribunal onde Deus absolve o pecador (réu) de
suas transgressões para com a Sua santa Lei e o declara justo e inocente. (Rm
5.1; 1 Co 6.11) A pessoa obtém a condição de estar em conformidade com Lei de
Deus em todos os seus aspectos. (Rm 3.24)
Regeneração – É a natureza de
Deus implantada em nós operando o novo nascimento. (Tg 1.18; 1 Jo 5.1; Tt 3.5)
Também é uma mudança de condição: Um
pecador que servia ao diabo e era por natureza inimigo de Deus, em Cristo ele
se torna filho de Deus através da adoção (Jo 1.12, 1 Jo 3.24)
Santificação – É um ato da Graça
de Deus onde o pecador abandona as práticas pecaminosas e é restaurado à
comunhão com Deus separando-se (santificando-se) para o serviço de Deus. (Lv
20.26; 1 Pe 2.9,10) Significa “andar na luz” (1 Jo 1.7). Nas palavras de Paulo,
“agradar a Deus”(1Ts 4.1) e “viver de modo digno do Senhor.” (Cl 1.10) A
santificação é tão importante que sem ela ninguém verá o Senhor.(Hb 12.14)
“Para que se saiba desde o
nascente do sol, e desde o poente, que fora de mim não há outro; eu sou o
Senhor, e não há outro.” (Isaías 45. 6)
O verdadeiro avivamento é aquele
gerado pelo temor que nos traz a palavra de Deus “Ouvi, Senhor, a tua palavra,
e temi”.
CONCLUSÃO: O avivamento é
fundamental a sobrevida da igreja local, para isso, alguns valores precisam ser
resgatados, especialmente, a oração – como o catalisador do avivamento; e o
ensino da Palavra - como o combustível do avivamento. Diante de tudo que está
acontecendo no meio cristão, resta-nos pensar no futuro da igreja. Não podemos
esquecer que dependemos de Deus, sem Ele nada podemos fazer, a igreja é serva
da Palavra de Deus, e diante desta deve sempre se dobrar. Assim como Habacuque,
oremos para que o Senhor avive a Sua obra entre nós (Hb. 3.2). PENSE NISSO!
Autor: Mestrekamel
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