Texto base: Josué 7
Muitas vezes
nos perguntamos qual a razão dos fracassos individuais e coletivos no meio da
igreja; o fato que não atentamos para o obvio, ou seja, buscar a resposta em
Deus através da leitura da palavra e clamor através de oração!
As consequências
do pecado oculto, escondido, camuflado, não revelado e não tratado causa a
retenção de bênçãos de Deus e derrotas na vida do crente e da Igreja.
O povo de
Israel vinha de grande vitória sobre a cidade de Jericó, Js 6, e estava
caminhando para tomar posse da terra prometida por Deus, além do Jordão, depois
de longa peregrinação pelo deserto por quase 40 anos. “Jericó estava
completamente fechada por causa dos israelitas. Ninguém saía nem entrava. ”
(6.1).
Deus havia
dado ordem aos israelitas que não levassem nada dos despojos de Jericó: só os
objetos de ouro, prata, bronze e ferro deveriam ser levados e consagrados ao
Senhor: “Mas fiquem longe das coisas consagradas, não se apossem de nenhuma
delas, para que não sejam destruídos. Do contrário trarão destruição e desgraça
ao acampamento de Israel. Toda a prata, todo o ouro e todos os utensílios de
bronze e de ferro são sagrados e pertencem ao SENHOR e deverão ser levados para
o seu tesouro”. (Js 6:18 e 19).
O próximo
obstáculo na sua caminhada seria a pequena cidade de Ai, considerada
insignificante pelos espiões israelitas. Na opinião dos espiões, dois a três
mil soldados seriam suficientes para derrotá-la. Subestimaram o inimigo: “Sucedeu
que Josué enviou homens de Jericó a Ai, que fica perto de Bete-Áven, a leste de
Betel, e ordenou-lhes: “Subam e espionem a região”. Os homens subiram e
espionaram Ai. Quando voltaram a Josué, disseram: “Não é preciso que todos
avancem contra Ai. Envie uns dois ou três mil homens para atacá-la. Não
canse todo o exército, pois eles são poucos” (v.3).
Com base no
parecer dos espiões, Josué destacou e enviou 3000 soldados para destruir Ai, os
quais foram derrotados, perseguidos e fugiram covardemente e 36 deles morreram.
Podemos extrair lições
importantes deste episódio:
1ª) O orgulho da vitória de
Israel sobre Jericó subiu à cabeça deles e lhes tirou o senso da prudência, da
vigilância e da obediência a Deus;
2ª) O fato de ter recebido uma
bênção ou uma vitória não pode permitir que se relaxe na vigilância, na
obediência e na continuidade de busca incessante a Deus!
O problema que lhes veio em
seguida foi pior: Deus não estava mais lutando por Israel!
Você poderá dizer: Mas o que tem
a ver esse episódio da vitória e da derrota de Israel com a esta Igreja de
hoje? Digo-lhe que tem tudo a ver: a Igreja é o Israel de Deus nesta
Dispensação da Graça! Somos Seu povo a quem Deus libertou e verdadeiramente somos
livres!
Vamos refletir sobre:
O pecado de um
homem, Acã, envolveu, prejudicou toda a Nação de Israel. E prejudica toda a
Igreja hoje! “Mas os israelitas foram infiéis com
relação às coisas consagradas. Acã… apossou-se de algumas delas. E a ira do
SENHOR acendeu-se contra Israel.” (Js 7.1). Este “Foram
infiéis” é o mesmo que prevaricar (edição da bíblia ERA), que quer
dizer faltar ao dever; faltar, por interesse ou por má fé, aos deveres de seu
cargo, do seu ministério. A ordem do Senhor era clara aos israelitas: “Mas
fiquem longe das coisas consagradas, não se apossem de nenhuma delas, para que
não sejam destruídos. Do contrário trarão destruição e desgraça ao acampamento
de Israel. ” (Js 6.18). Deus tomou a desobediência coletiva pela unidade: “Israel
pecou. Violou a aliança que eu lhe ordenei. Apossou-se de coisas consagradas,
roubou-as, escondeu-as e as colocou junto de seus bens. ” (7.11).
Igreja sofre fracassos e
derrotas quando há pecado oculto, camuflado, escondido, não revelado, não
tratado no meio do povo de Deus. Os cultos são amarrados, o louvor se arrasta,
há queixumes, muitos manifestam vontade de parar com tudo, de desistir, de ir
embora, de sair da Igreja, as orações não sobem ao Trono de Deus!
O pecado
oculto, camuflado, escondido, não revelado, não tratado não acontece de
repente. Há todo um processo progressivo e premeditado. Primeiro é
concebido no coração e depois na ação. Veja como exemplo o adultério de Davi
com Base Seba. Davi teve tempo para interromper a ação pecaminosa e não o fez.
Vejamos os
passos da derrota de Acã, de Israel, muito semelhantes ao que acontece com a
Igreja nos dias de hoje: “Acã respondeu: “É verdade que pequei contra o
SENHOR, o Deus de Israel. O que fiz foi o seguinte: quando vi entre os despojos
uma bela capa feita na Babilônia, 2 quilos e 400 gramas de prata e uma barra de
ouro de 600 gramas, eu os cobicei e me
apossei deles. Estão escondidos no chão da minha tenda,
com a prata por baixo”. (vs.20 e 21).
Passos:
(1) Cobiçou -
“quando vi entre os despojos… eu os cobicei” – os olhos são a porta do
pensamento e do coração! Há um ditado popular que diz: “O que os olhos não vêm,
o coração não sente! ”
(2) Tomou posse indevida –
furtou, roubou “e me apossei deles”. A fornicação (relações
sexuais entre solteiros), o adultério (relações sexuais entre pessoas casadas,
ou uma delas pelo menos), a não entrega do dízimo são tomadas de posse
indevida! Tomar posse de algo ou de alguém que não nos pertence (ou
ainda não nos pertence!) é pecado.
(3) Ocultou, escondeu –
trouxe o pecado para dentro de casa “Estão escondidos no chão da minha
tenda, com a prata por baixo”. Dá para esconder o pecado? – “Deus é
Espírito! ” Não há barreiras para a visibilidade, para o conhecimento de
Deus!
Adão e Eva
quando desobedeceram a Deus (Gn 3), pecaram. Sua atitude foi de se esconder de
Deus entre arbustos… Tem cabimento uma atitude dessa?
Ananias e
Safira resolveram vender uma propriedade e entregar o produto da venda ao
Senhor através dos apóstolos-líderes da Igreja, mas mentiram ao Espírito Santo
e foram mortos de maneira fulminante: A intenção de dar a Deus era boa, mas
Deus pesou Sua mão por causa do pecado oculto da mentira. Não pode haver
comunhão entre o Deus Santo e o Homem em pecado: “Por isso os
israelitas não conseguem resistir aos inimigos; fogem deles porque se tornaram
merecedores da sua destruição. Não estarei mais com vocês, se não
destruírem do meio de vocês o que foi consagrado à destruição. ” (v.12).
O pecado
oculto, camuflado, escondido, não revelado, não tratado causa a retenção de
bênçãos de Deus, os fracassos e a derrota na vida espiritual do crente e da Igreja: “Há
coisas consagradas à destruição no meio de vocês, ó Israel. Vocês não
conseguirão resistir aos seus inimigos enquanto não as retirarem. ” (v.13).
AS CONSEQUÊNCIAS
DOS PECADOS OCULTO SÃO IMEDIATAS
E ABERTAS!
A desobediência
mina as forças do homem porque pesam contrariamente na sua consciência: “Mas,
se vocês não fizerem isso, estarão pecando contra o SENHOR; e estejam
certos de que vocês não escaparão do pecado cometido. ” (Nm
32.23).
Não adianta
encobrir, fugir, esconder-se. Deus o sabe tudo de nós e onde nós estamos: “Sim,
pois são muitas as nossas transgressões diante de ti, e os nossos
pecados testemunham contra nós.
As nossas
transgressões estão sempre conosco, e reconhecemos as nossas iniquidades:
rebelar-nos contra o Senhor e traí-lo, deixar de seguir o nosso Deus, fomentar
a opressão e a revolta, proferir as mentiras que os nossos corações conceberam.
” (Is 59.12 e 13). O exército de Israel não teve forças para resistir
aos ataques e à perseguição do exército de Ai – caíram à espada, viraram as
costas e fugiram covardemente – foi uma vergonha nacional! “Por isso
cerca de três mil homens atacaram a cidade; mas os homens de Ai os puseram em
fuga, chegando a matar trinta e seis deles. Eles perseguiram os israelitas
desde a porta da cidade até Sebarim, e os feriram na descida. Diante disso o
povo desanimou-se completamente.” (vs 4 e 5).
Deus retirou
sua benção sobre o povo porque Ele não admite convivência e nem a conivência
com o pecado: “Por isso os israelitas não conseguem resistir aos
inimigos; fogem deles porque se tornaram merecedores da sua destruição. Não
estarei mais com vocês, se não destruírem do meio de vocês o que
foi consagrado à destruição” (v12). É a pior situação para o crente e
para a Igreja, ficar sem o amparo, a bênção, a proteção, a cobertura de Deus: “Se
o Senhor não estivesse do nosso lado; que Israel o repita: Se o Senhor não
estivesse do nosso lado quando os inimigos nos atacaram, eles já nos teriam
engolido vivos, quando se enfureceram contra nós; as águas nos teriam arrastado
e as torrentes nos teriam afogado; sim, as águas violentas nos teriam afogado!
Bendito seja o Senhor, que não nos entregou para sermos dilacerados pelos
dentes deles. Como um pássaro escapamos da armadilha do caçador; a armadilha
foi quebrada, e nós escapamos. O nosso socorro está no nome do Senhor, que fez
os céus e a terra”. (Sl 124).
É loucura
querer brincar de “esconde-esconde” com Deus ou zombar dEle: “Não se deixem
enganar: de Deus não se zomba. Pois o que o homem semear, isso também colherá.
” (Gl 6.7). Deus é amor, mas também é Justo Juiz: “Pois
conhecemos aquele que disse: “A mim pertence a vingança; eu retribuirei”; e
outra vez: “O Senhor julgará o seu povo “Terrível coisa é cair nas mãos do
Deus vivo! ” (Hb 10.30 e 31). Encobrir o pecado é optar pelo
fracasso e pela derrota na vida: “Quem esconde os seus pecados não prospera,
mas quem os confessa e os abandona encontra misericórdia”. (Pv 28.13).
Você precisa
de mais base bíblica para a confissão do seu pecado? Para pecar não teve
vergonha, não deu importância aos princípios da Palavra para sua vida. Para
consertar com Deus fica todo envergonhado e armado de argumentos! “Os
sacrifícios que agradam a Deus são um espírito quebrantado; um coração
quebrantado e contrito, ó Deus, não desprezarás. ” (Sl 51.17).
DEUS TEM O REMÉDIO
PARA A SOLUÇÃO DO PROBLEMA DO PECADO
Assim como o
pecado é um processo, a solução do pecado também. Começa com o reconhecimento
da culpa e do pecado, segue-se o arrependimento e a chave está na CONFISSÃO: “Quem
esconde os seus pecados não prospera, mas quem os confessa e os abandona
encontra misericórdia. ” (Do Senhor – Pv 28.13). Misericórdia
é não receber de Deus o castigo que merece. Graça é
receber de Deus o favor que não merece.
Depois do
reconhecimento da culpa, do arrependimento e da confissão, acontece o perdão e
o passo seguinte é a santificação: “Vá, santifica o povo! Diga-lhes:
Santifiquem-se para amanhã…” (v13). Santificação é separação do pecado para
Deus, para que Deus possa operar livremente no meio do povo com vitórias.
Santificação é processo constante, dinâmico e crescente do Espírito Santo em
nossa vida, pela Palavra assimilada.
A purificação
dos pecados vem da confissão, precedida de reconhecimento do pecado
e arrependimento dele – 1 Jo 1.9: “Se confessarmos os nossos pecados, Ele é
Fiel e Justo para perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça. ”
É promessa de Deus a purificação
de nossos pecados: “Embora os seus pecados sejam vermelhos como escarlate,
eles se tornarão brancos como a neve; embora sejam rubros como púrpura, como a
lã se tornarão” (Si 1.18).
Concluindo,
irmãos, não há nada oculto diante de Deus. Um dia será revelado. Não haverá
prosperidade na vida em que há pecados encobertos, em todos os sentidos. Mesmo
que aparentemente esteja havendo prosperidade material, não será duradoura! A
solução é o arrependimento e a confissão a Deus. Todo o povo e exército de
Israel foram derrotados por causa do pecado da desobediência de um só homem!
Paulo escreveu
aos romanos: “Não se pode comparar a dádiva de Deus com a consequência do
pecado de um só homem: por um pecado veio o julgamento que trouxe condenação,
mas a dádiva decorreu de muitas transgressões e trouxe justificação. Se pela
transgressão de um só a morte reinou por meio dele, muito mais aqueles que
recebem de Deus a imensa provisão da graça e a dádiva da justiça reinarão em
vida por meio de um único homem, Jesus Cristo. Consequentemente, assim como uma
só transgressão resultou na condenação de todos os homens, assim também um só ato
de justiça resultou na justificação que traz vida a todos os homens. Logo,
assim como por meio da desobediência de um só homem muitos foram feitos
pecadores, assim também, por meio da obediência de um único homem muitos serão
feitos justos. ” (Rm 5.16 a 19).
Hoje é dia de conscientização,
de reconhecimento de culpa, de restauração, de purificação, de arrependimento e
de confissão!
Hoje é dia de Perdão e não de
punição!
Que Deus assim nos abençoe.